Ella ficou esperando nos aposentos de Severo, a noite se consolidou rapidamente, e ela estava quase adormecendo de tédio, quando Dumbledore abriu a porta do quarto usando um feitiço, e parecia muito alarmado.
- Venha! - ordenou o diretor com autoridade.Ella corria rapidamente ao lado do diretor enquanto o mesmo andava a passos largos, com uma expressão indecifrável até que entraram em sua sala.
- O que está acontecendo? Você está me assustando. - perguntou ela confusa e preocupada.- Tenho algo para explicar, e serei breve e direto pois não temos tempo. - explicou Dumbledore agitado.
Ella olhou surpresa e preocupada, estranhando a ansiedade de Dumbledore que era sempre tão calmo e composto.
- Estou ouvindo - disse ela interessada e olhando com atenção.- Severo capturou Sírius hoje, Harry e seus amigos estão na ala hospitalar desmaiados pela influência dos dementadores. Sírius está trancado na sala de Flitwick nesse momento, e Fudge tem intenção de trazer um dementador para dar o beijo a qualquer momento. - revelou Dumbledore inquieto mexendo nas gavetas de sua escrivaninha.
Ella ficou paralisada sem saber se devia sentir alívio ou desespero.
- Acabo de interrogar Sírius, e Ella, suas suspeitas estavam corretas, ele é inocente. - disse Dumbledore a olhando com seriedade. - Tenho certeza absoluta disso. - afirmou ele diante da expressão incrédula dela.
- E o que faremos? - perguntou Ella reagindo de imediato, sua mente trabalhando tão rápido quanto a de Dumbledore.
- Tenho um idéia, mas preciso manter um plano B, caso o primeiro não dê certo. E preciso de sua completa discrição, e lealdade cega para isso. Já lhe aviso de antemão que vai ser perigoso, arriscado, cansativo e acima de tudo, pode não dar certo. Entende isso? - disse Dumbledore caminhando rapidamente em direção a porta e abrindo para Ella passar e o seguir.
- Entendo, estou a suas ordens. - prometeu ela com firmeza.
- Hermione, a amiga de Harry tem um vira tempo, tentarei fazer com que eles retirem Sírius daqui, se esse primeiro plano der certo, preciso que me ajude a levar Sírius para um local seguro, vai ser complicado porque ele provavelmente estará com um hipogrifo. - disse Dumbledore enquanto andavam com agilidade pelos corredores.
- Não tenho restrições na aparatação, e garanto que o ministério não vai conseguir rastrear nem um fio de cabelo sequer. - prometeu ela com determinação. - agora me informe do plano B.
- Certo, caso os garotos não consigam completar a missão, preciso que pegue Sirius e o retire daqui, voltando de imediato para escola, fingindo ajudar Fudge e principalmente Severo, para não causar suspeitas. Prenda Sírius na sua casa se preciso, mas não o deixe sair, e mais importante, Severo não pode sequer suspeitar, você não poderá contar a ele, nem dar a ele a menor dúvida que esteja escondendo algo está me entendendo? - disse Dumbledore com autoridade.
- Sim senhor - garantiu ela - fique tranquilo, guardarei o segredo.
- Você se acha capaz de esconder isso de Severo sem causar suspeitas? Seja sincera - pediu Dumbledore com seriedade.
- Ele nunca vai suspeitar, prometo. - disse ela com o olhar firme. Dumbledore a encarou por dois segundos para se certificar se deveria ou não confiar, e então pareceu satisfeito, pois a dispensou com um aceno.
- Volte ao aposento de Severo imediatamente, e aguarde a minha ordem. - comunicou Dumbledore indo em frente, depois deu uma olhada de soslaio para a expressão confusa dela - você vai saber qual é o sinal, fique tranquila, você sempre sabe. - afirmou o diretor com um sorriso mais calmo. - agora vá.
Ella retornou ao aposento de Severo, e se sentou na poltrona, fingindo ressonar. Cerca de meia hora depois, ela ouviu gritos e vozes alteradas. E Severo entrou lívido de raiva, jogando ao chão seus pertences, derrubou a poção de acônito depois explodiu o caldeirão, depois tacou fogo em suas cortinas rindo de um jeito desvairado, totalmente fora de si.
- Severo... O que houve? - perguntou ela se aproximando lentamente. Mas ele se afastou pegando a garrafa de absinto e virando em um só fôlego, depois foi até uma prateleira e pegou uma garrafa de hidromel tentando beber todo seu conteúdo mas sem sucesso, ele se encostou na prateleira e escorregou até o chão ficando sentado lá, Ella correu e se abaixando ao lado dele, seus olhos negros estavam repletos de dor, a raiva rapidamente dando espaço para desespero, ele começou a chorar com uivos de dor, parecendo um animal ferido, e Ella o abraçou o deixando desabafar toda sua frustração.
Ele não disse uma palavra, mas secou toda a garrafa de hidromel, e acabou adormecendo, seu sono agitado o fazendo resmungar coisas sem sentido. Ella afastou o cabelo desgrenhado de seu rosto desacordado.
- Ah Severo, se permitisse que os outros vissem esse seu lado emocional, você não sofreriam tanto. - comentou ela com um olhar de compaixão.Uma batida leve na porta chamou a sua atenção, e ela foi abrir deixando Severo no chão. Era Dumbledore, o diretor entrou olhando preocupado para Severo no chão junto a estilhaços de seus pertences.
- Ella, o plano A deu certo - sussurrou Dumbledore - Preciso que vá agora, aqui pegue isso - disse ele empurrando uma pequena caixa nas mãos dela - leve isso, saberá o que fazer, ele estará te esperando numa caverna a mais ou menos 120 km de Hoagsmead ao norte. Lembre-se do que eu disse, não cause suspeitas. - advertiu Dumbledore ainda aos cochichos.Ella assentiu.
- Até quando devo proteger Black? - perguntou ela olhando de soslaio para Severo.- Até segunda ordem - disse Dumbledore avaliando a expressão dela procurando indícios de hesitação. - Você pode fazer isso? - perguntou o diretor com um olhar penetrante.
- Já disse, faço qualquer coisa que quiser, de má vontade, mas faço. - afirmou ela em direção a saída.
Ela parou dando uma última olhada para Severo, se perguntando se era o certo a se fazer, mas o dever falou mais alto, ela havia prometido a Dumbledore, e a curiosidade em saber mais sobre a história de Sírius a fez desaparatar rapidamente procurando pelo paradeiro do homem que havia acabado de escapar.
Seus pés pisaram uma campina ao pé de uma montanha pedregosa, ela guardou a caixinha de Dumbledore no bolso de sua capa, e se transformou em cervo para intensificar seus poderes empáticos, e facilitar na hora de encontrar Sírius e o hipogrifo.
Dez minutos depois, ela conseguiu distinguir um sentimento forte, era um misto de pesar e gratidão, alguém por perto estava de luto, e ao mesmo tempo se sentia feliz. Só podia ser Sírius.Ela encontrou a entrada da caverna 200 metros a frente, e passou pela entrada andando com cuidado, seus cascos de corsa fazendo eco a cada passo que dava caverna adentro.
E lá estava ele, desgrenhado, sujo, suado, magro, mas vivo, Sírius Black, ele providenciava uma pequena fogueira tentando acender o fogo com duas pedras.
O hipogrifo a viu primeiro, fazendo uma reverência respeitosa a corsa prateada resplandecente, e Sírius olhou abobado para a criatura, encantado pela luz e temeroso ao mesmo tempo, as pedras caíram de suas mãos e ele ficou paralisado observando cada movimento do animal com um misto de medo e admiração.
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A Princesa Mestiça e a Ordem da Fênix
FanfictionElla Prince é uma bruxa elegante e respeitável, mas também uma mestra das travessuras quando provocada, especialmente com seu padrinho Severo Snape, alvo constante de suas brincadeiras. Snape, que a trata como uma criança, o que desperta sua rebeldi...