Capítulo 9 - Escritório de Dumbledore

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- Eu presumo que essa seja uma história bastante interessante senhorita Prince. - disse Dumbledore calmamente.

- É relativo. - disse Ella se aproximando e abaixando a mão de Dumbledore que ainda estava com a varinha apontada para ela.

- Parece que tudo é relativo afinal. - disse Alvo calmamente.

- Tá - disse ela meio irritada - essa magia não foi feita por mim, é um tipo de maldição, meu corpo reage de forma diferente a essa maldição.

- Me diga mais, tenho tempo. - disse o diretor se sentando calmamente e guardando sua varinha.

Aberforth entrou com um bandeja que tinha um bule de chá, 3 xícaras e alguns biscoitos de aparência duvidosa. Ele colocou a bandeja na mesinha de centro encardida, e se sentou na poltrona puída com tranquilidade, ele se serviu de chá e deu uma mordida num biscoito, ao ver que os dois os o encaravam ele fez sinal para que continuassem.
- Vamos continuem, eu acompanho daqui. - disse ele rabugento.

- Já que tem tanto tempo Alvo Dumbledore, porque não apenas vai a uma penseira e vê as memórias que lhe dei? - disse ela arqueando um sobrancelha, Aberforth sorriu.

- Vamos então. - disse Dumbledore se dirigindo a porta com tranquilidade.

- Vamos onde?

- Ao meu escritório, ver a verdade na penseira.

- Já disse que não vou. - disse ela rabugenta.

- Eu não estava pedindo - disse Dumbledore com simplicidade, mas já pegando no braço da moça e aparatando deixando Aberforth sozinho.

- Ah ótimo, isso, finjam que não estou aqui, estou com um galo do tamanho de um ovo na testa, mas isso não importa não é? Só o que importam são seus segredinhos Alvo! - ele se dirigiu a janela e gritou como se de alguma forma o irmão o pudesse ouvir - QUEM VAI CONCERTAR MEU BAR AGORA? VOU COBRAR DE VOCÊ ALVO!

Mas Alvo Dumbledore e Ella Prince já estavam nos portões de Hogwarts, o diretor começou a sussurrar alguns feitiços, mas Ella revirou os olhos e o pegou pelo braço, como ele fez com ela, e girou em torno de si, em menos de um segundo os dois estavam no escritório do diretor.

- Curioso... Você não mentiu quando disse que poderia burlar qualquer feitiço de proteção. - disse Dumbledore se dirigindo a um armário.

- Porque eu mentiria?

- Porque me contaria uma verdade que pode coloca-la em perigo? - rebateu o diretor.

- Porque minha mãe me disse pra confiar no senhor.

- E você confiava nela?

- Eu confio no que vi, confio no que sei. - disse ela dando de ombros.

Os diretores nos quadros fingiam estar dormindo, mas ela os via espiando de vez em quando. Até que um dos quadros não aguentou a curiosidade e fingiu de forma absurda estar acordando.
- Ah que sono revigorante! Boa noite senhorita, sou Fineus Nigellus.

- Sou Ella. - respondeu ela a contragosto, os outros quadros observavam tudo em silêncio.

- Ela quem? - perguntou Fineus.

- Meu nome é Ella, E-L-L-A, Ella.

- Seu sobrenome minha querida - disse o quadro de Dóris, ela encarou o quadro por alguns segundos como se não quisesse falar.

- Prince. - disse sem vontade.

Os quadros começaram a cochichar entre si, e Dumbledore ergueu a cabeça do armário onde ele mexia, e pediu que ficassem em silêncio.
- Silêncio por gentileza amigos, temos assuntos importantes a tratar.

- Prince é um sobrenome muito conhecido, ah uma geração de bruxos poderosos todos da sonserina! - tagarelava Fineus.

- Mas teve também aquela garota Prince que enlouqueceu, lembra dela Fineus? - perguntou o quadro de uma senhora de cabelo cor de avelã.

- Não sei do que está falando...- fingiu Fineus.

- Basta por favor. - Repetiu Dumbledore, e todos se calaram. O diretor abriu o armário, puxando uma bacia para fora.

- Ella, esta é minha penseira, como são muitas memórias eu quero saber se você gostaria de organiza-las primeiro.

- Em que ordem? - perguntou ela confusa.

- Na ordem que quiser. - disse ele sorrindo.

- Não acho que seja necessário, o senhor será inteligente o bastante para compreender as memórias independente da ordem.

- Vou colocar então na ordem temporal. - disse Dumbledore despejando na penseira as memórias da garrafa gordinha que Ella havia dado a ele.

TOC TOC TOC  "PROFESSOR DUMBLEDORE?" - uma voz grossa soou do outro lado da porta.

O diretor discretamente empurrou a penseira de volta para o armário, e foi até a porta de seu escritório, sorridente.
- Hagrid! Que surpresa! O que posso fazer por você?

- Eu estava procurando por pêlos de unicórnio, e avistei algo estranho na floresta proibida, achei... Achei que deveria contar para o senhor.

- Entre Hagrid, me diga o que viu?

- Os centauros estão estranhos, não sei explicar, e os animais da floresta estão todos na orla da floresta, olhando em direção ao castelo e...... Oii amiguinha, você é magnífica! - do nada Hagrid mudou para uma voz fina e infantil.

Havia uma corsa branca como a luz da lua, com olhos roxos e brilhantes como jóias. Hagrid se aproximou e afagou a cabeça do animal que era bem maior que uma corsa normal, era quase do tamanho de Hagrid. Dumbledore olhou para os lados discretamente e percebeu que o belo animal, só poderia ser a garota Prince, que além de uma bruxa incomum, era também um animago, aquilo lhe dava alguns pensamentos também incomuns...

- Quem é essa mocinha Professor Dumbledore? - perguntou Hagrid sorrindo bobamente para a criatura.

- É uma amiga... - disse o diretor com um sorriso bondoso analisando o olhar encantado do amigo.

- Ela está ferida professor! - exclamou Hagrid apontando para a perna da criatura que tinha uma cicatriz vermelha e inflamada na perna traseira, e uma cicatriz fina no pescoço que descia até a pata dianteira.

- Sim. Alguns bruxos das trevas tentaram capturar ela, e a feriram gravemente, eu a trouxe até aqui para mante-la em segurança... - disse Dumbledore calmamente.

- Que espécie de criatura é ela? Nunca vi uma corsa tão magnífica quanto ela, mas é bem óbvio que não se trata de uma simples corsa, os pêlos dela parecem brilhar no escuro, e os olhos são bem estranhos... - ele olhou assustado para o animal como se o tivesse ofendido e começou a falar com uma vozinha fina - Mas estranhos de um jeito legal querida, não se ofenda com o tio Hagrid - disse ele afagando a cabeça da criatura.

Dumbledore riu.
- Ella, este é Hagrid, meu guarda caça, eu confiaria a ele minha vida, então você pode confiar nele também, acredito que ele possa te ajudar com os demais ferimentos que não foram tratados, caso aceite ajuda.

A corsa assentiu com a cabeça.

Hagrid pareceu confuso, então uma luz forte o cegou por 1 segundo, e no lugar da corsa, havia uma moça, com cabelos longos e pretos que iam até os pés, pele branca e pálida, ela usava uma blusa e uma calça preta, mas um dos pés dela estavam sem sapato, e a perna da calça rasgada, expondo sangue seco e uma cicatriz, Hagrid então viu os olhos dela, os olhos lilases, quase da mesma cor dos olhos da criatura, e o entendimento clareou sua mente.

- Ela é um animago. - exclamou.

A Princesa Mestiça e a Ordem da FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora