Ella foi até Fawkes e ficou acariciando a ave pensativa.
- Ella? Gostaria de continuar ou prefere parar por aqui? - questionou Dumbledore após alguns minutos em silêncio.
- Vamos parar por hoje, para mim é mais fácil lidar com esses sentimentos aos poucos, não sei se eu suportaria lidar com tudo de uma vez. - uma lágrima escorreu e ela limpou com certa violência.
- Não tem problema, você foi muito corajosa ao fazer o que fez, e com tão pouca idade! Sua mãe ficaria orgulhosa. - disse o diretor tocando o ombro dela.
- Não, ela só ficará orgulhosa, se eu conseguir finalizar a missão que ela começou.
- E que missão é essa? - questionou Dumbledore.
- Matar Tom Riddle.
Dumbledore ficou em silêncio, mas andava de um lado a outro na sala.
- O que ela sabia? Como ela poderia mata-lo?
- Ela não chegou a descobrir, infelizmente.
- Você acha que ele ainda está vivo? - perguntou Dumbledore com um olhar analítico.
- Você bem sabe que ele está vivo de certa forma, só não sabe onde.
- Você sabe? - disse Dumbledore se aproximando rápido demais de Ella.
- Albânia. É o que as visões me mostraram.
- Meus palpites quase sempre estão corretos, triste, mas verdadeiro. - disse Dumbledore pensando alto.
- Ele vai voltar. - disse Ella a contragosto, pensando na profecia que Edithe fez há anos atrás antes de falecer, antes mesmo da queda de Voldemort.
- Eu sei, mas se frustrarmos todas as tentativas dele de retornar, talvez ele nunca retorne. - disse o diretor.
- Que inferno seria viver assim. - pensou ela em voz alta.
- Assim como?
- Viver dia após dia esperando Riddle tentar retornar e depois frustrar os planos dele. - disse Ella desgostosa. Ela particularmente pensava que o certo seria bolar um plano para mata-lo de vez e deixar ele retornar, já que na existência que ele estava, seria impossível liquidá-lo de vez.
- Entendo como se sente Ella, e como pensa também. Mas eu conto com um trunfo que talvez seja a única forma de derrotar Voldemort de uma vez. - disse Dumbledore pensativo.
- E qual seria esse trunfo? - perguntou ela confusa.
- Não posso contar - disse o diretor sorrindo, se ela queria guardar os próprios segredos, teria que se aceitar que ele também guardaria os seus, ou ambos uniriam forças, ou ambos trabalhariam em caminhos separados, agora dar todas as cartas de uma vez sem ter nenhuma garantia não seria nada sábio.
- Touché. - respondeu ela sorrindo, as lembranças do passado traziam a tona sentimentos que Ella não queria mais sentir, mas conversar com Dumbledore a deixava mais tranquila, ele parecia entender o que ela passou, e o melhor, ele não a julgou vendo aquela lembrança, qualquer um julgaria mal ao ver uma criança de 6 anos agindo como uma psicopata, mas Dumbledore não, ele ainda não tinha formado uma opinião, e não julgou nem ela nem a mãe dela, no fundo ele sabia que existiam sacrifícios a ser feitos em prol do bem maior.
- Então o que faremos Ella? Trabalharemos juntos nessa causa? Ou cada um seguirá o próprio caminho? - Perguntou Dumbledore com determinação no olhar.
- Temos tempo para decidir isso. - disse Ella dando um sorriso maroto.
- Nunca sabemos o dia de amanhã. - comentou Dumbledore perdido em pensamentos.
- Não seja mórbido. Temos tempo, confie em mim, no momento tenho mais coisas a fazer. - disse ela se dirigindo a saída sentindo uma vontade desesperada de tomar um banho.
- Claro, fique a vontade, você tem suas aulas para preparar, seus aposentos para arrumar, e tem o castelo para explorar. - Dumbledore foi em direção aos seus instrumentos de prata e começou a mexer com eles que exalavam fumaça.
- Vou tomar um banho e me instalar, me encontrará na sala de poções se precisar de mim.
- Snape vai surtar com você mexendo nos ingredientes dele. - disse Dumbledore rindo.
- No fundo ele gosta de ser perturbado. - disse ela saindo pela porta. Ela desceu a escadaria e passou pela gárgula, então andou pelos corredores vazios e um sentimento começou a irradiar dentro dela, era liberdade, ali ela podia andar, correr, e não tinha que se preocupar se teria um sequestrador a aguardando em cada entrada, ela não precisava viver os dias comendo só o necessário e vivendo em lugares trancados sem sentir a luz do sol por medo de ser levada de volta para aquele lugar imundo que era a casa de Carrow.
Aquele sentimento inundou seu ser, e ela começou a correr pelos corredores com o cabelo solto, como os cavalos selvagens corriam livres pelas colinas.
Ao chegar na escadaria, uma sensação a tomou, seus poderes se ativaram, havia uma energia ali, um sentimento diferente, alguém que não era bom nem ruim, era difícil dizer. Havia malícia naquela energia, mas havia também diversão, uma certa dose de maldade, mas nada além dos limites. Ella passou a andar desconfiada, com mais cuidado, prestando atenção a cada passo que dava.- Quem é você? - questionou uma voz.
- Quem está aí? - perguntou ela para o vazio.
Então um homenzinho estranho, com olhos miúdos maldosos, e um sorriso de fora a fora surgiu no ar.
- Pirraça! Hahaha sou Pirraça! E quem sois tu? - perguntou o poltergeist dando cambalhotas no ar.Ella soltou uma risadinha ao ver quão ridículo ele era.
- Sou a professora Prince.- Professora? Argh! Que nojo! - disse pirraça fazendo caretas no ar.
- Hum, tá, prazer em conhecer você Pirraça. Agora tenho que ir. - disse Ella dando de ombros e saindo apressada pelo corredor ao fim da escada, pirraça então saiu de uma das portas ao corredor segurando um espelho.
- Pirracinha não tem nada pra fazer, e quando Pirraça fica entediado ele quebra as coisas! - então ele jogou o espelho no chão o fazendo se espatifar.
- Tá bem Pirraça. Boa sorte. - disse Ella o ignorando e seguindo em frente. Ela chegou a sala de defesa contra as artes das trevas e procurou a porta que a levaria a seus aposentos.
Então Pirraça arrancou uma das cortinas e jogou por cima dela, mas a garota desapareceu fazendo Pirraça se aproximar para ver se ela estava embaixo do tecido. Ella então aparatou atrás do poltergeist e lançou um feitiço o deixando com um vestido cor de rosa cheio de babados brancos e uma saia de tutu. Pirraça se olhou aterrorizado e Ella gargalhou.
- Não vale! Você trapaceou! - disse ele fingindo estar bravo. Então ele mergulhou no ar e se lançou contra a garota que aparatou para o outro lado da sala fazendo Pirraça passar direto por onde ela estava.
- Immobullus! - disse Ella apontando a varinha para ele, o fazendo se paralisar no ar. Então ela se aproximou dele com um ar maroto e o fez retornar as suas vestes normais, depois anulou o feitiço de imobilidade o deixando livre. - Eu gosto de travessuras, então seja cuidadoso comigo, se quiser rir de mim, terá que me pegar primeiro.
Pirraça sorriu e tirou o chapéu fazendo uma reverência para a garota, e então desapareceu no ar.
Ella entrou nos seus aposentos e foi tomar um banho e ver que tipo de roupa de morcego Snape havia comprado. Ella abriu o closet e exclamou:
- Filho da mãe!
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A Princesa Mestiça e a Ordem da Fênix
FanfictionElla Prince é uma bruxa elegante e respeitável, mas também uma mestra das travessuras quando provocada, especialmente com seu padrinho Severo Snape, alvo constante de suas brincadeiras. Snape, que a trata como uma criança, o que desperta sua rebeldi...