14.

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Acordei no domingo após passar a noite toda pensando em lugares para gravar e em como editar e tal. Por eu ser a única menina do grupo, eu seria a Helena.
Levantei, fiz minha higiene e peguei minha câmera profissional dentro do armário. Peguei todas as outras coisas que julguei necessário e deixei na sala a espera dos meninos.
Uma hora em ponto todos os meninos chegaram.
-Pontuais. -Sorri para ele e cumprimentei um por um. -Gravaram as falas? -Ontem mesmo mandei o roteiro para eles estudarem.
-Sim. -Todos falaram.
-Acho que vocês perceberam que eu preciso muito ganhar do melhor trabalho.
-E você vai. Arthur não tem chances com você. -Guilhermo falou sorrindo para mim. Ele sorri o tempo todo! E que sorriso mais fofo.
-Bom dia filha. -Meu pai disse aparecendo na sala e se assustou com a quantidade de meninos. -Bom dia rapazes. O que fazem aqui?
-Bom dia pai! Trabalho. Aquele de literatura que te falei. -Ele pensou por um momento e logo lembrou.
-Ah. Pelo amor de Deus, deem tudo nesse trabalho, pois se a Elena não tirar o melhor trabalho não sei o que vai ser dos meus ouvidos. -Meu pai levantou a mão em sinal de rendição e os meninos riram.
-Se vocês me amam, ganhem essa bagaça! -Carol gritou do quarto, lá no andar de cima.
-Pode deixar. -Igor gritou de volta. -Somos seus até o fim do dia.
-Ótimo. -Sorri.
Gravamos algumas cenas em casa, outras na rua, em praças, becos e até na praia. Rodamos quase a cidade toda. Terminamos a última cena, já era 22h e os meninos não aguentavam mais. Gritei muito com eles durante o dia, mas nenhum deles perdeu a linha e gritou de volta. Eles sabiam o quanto aquilo era importante para mim.
-Eu te deixo em casa, Elena. -Guilhermo falou. Assenti.
Me despedi dos meninos e fui para o carro com o Guilhermo.
-Acha que dá para ganhar?
-Acho! Saiu melhor do que eu achei que sairia. -Disse sorrindo.
-Fico feliz. Você ganhando ou não o melhor grupo, saiba que você é muito melhor que aquele Arthur. -Ele deu uma rápida olhada em mim e continuou dirigindo.
-Obrigada por ter ficado comigo quando eu chorava por ele.
-Amigos são para essas coisas, Elena. -Ele sorriu, de novo.
Ele parou o carro na entrada da minha casa. Me aproximei dele para dar um beijo na bochecha dele e quase demos um selinho. O clima ficou pesado por alguns segundos. Nada demais.
-Está de pé amanhã? -Ele perguntou enquanto eu pegava as minhas coisas.
-Sim. -Saí do carro e ele só deu a partida quando eu já estava dentro de casa.

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