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Acordamos no dia seguinte às 10:00 e fomos para um parque aquático com a agencia de viagens. 

-Eu vou no toboágua! -O Pedro falou.

-Vamos com você. -O Rafa falou incluindo todo mundo.

-Vão com Deus. -O Guilhermo falou. Para quem não lembra o Gui morre de medo de altura, assim como de palhaços. -Eu vou para a piscina, me encontrem lá depois. -Ele saiu andando.

-Ei... -Ele parou de andar. -Me espera, vou com você. -Falei olhando para os nossos amigos, que sorriram para mim e eu corei. Andei até o Gui e fomos para a piscina. 

-A gente não tem conversado direito desde o dia da praia e olha que a gente dorme no mesmo quarto. -O Guilhermo falou enquanto caminhávamos. Infelizmente, era verdade. Nossas conversas deixaram de ser descontraídas e passaram a ser robotizadas e a única coisa que falávamos a sós, eram coisas necessárias. O Gui e eu reduzimos o grau de intimidades que tínhamos e eu percebi isso a partir do momento que ele parou de sair do banheiro sem camisa e eu parei de pedir para ele fechar o zíper dos meus vestidos.

-Não sei o que está acontecendo com a gente. -Suspirei.

-Eu que deveria falar isso. Você sabe o que eu sinto, mas não tenho ideia dos seus sentimentos por mim. Não tenho ideia do por que você me beijou naquela noite. Você precisa ser franca comigo Elena, eu não mereço essa tortura. 

-Eu... -Ele me deu tempo para pensar e falar, mas nada conseguia dizer. Tentei de todas as formas ser sincera, mas as palavras travavam em minha garganta como se fossem mentiras. 

-Ótimo. -Ele saiu andando na frente. Do nada ele virou para mim e continuou andando, de costas. -Eu achei que, pelo menos, eu merecesse a verdade. Você já disse que não gosta de mim uma vez, eu suporto a segunda. -Ele virou para frente e, "pum", pulou na piscina. O que fazer com essas pessoas que adoram roubar a minha mania de fazer uma saída triunfal ? 

Sentei na borda da piscina, pensando nas palavras do Gui e o vendo nadar de um lado para o outro sem precisar respirar. Olhar para ele e saber que estava bem, me dava uma sensação de conforto e de felicidade. Sentia que independente de quantas vezes eu o olhasse, nunca me cansaria de sua beleza e seus olhos. 

Ele nadou até mim.

-Eu nunca quis me apaixonar, ainda mais por você. -Ele se debruçou na borda da piscina e falou sem olhar para mim. -Eu já tive duras decepções. Já fui traído, já fui motivo de aposta e, pior, já fui amante. Tudo da mesma menina. Eu achei que se me aproximasse de você como amigo, isso me impediria de gostar  e, mais, se eu fizesse você me amar como amigo, jamais conseguiria seu amor no outro sentido. Eu fui egoísta e me ferrei. 

-Guilhermo... Eu... -Mas ele não estava mais ali. Ele mergulhou e voltou a nadar pela grande piscina. Quando esse menino ficou tão craque nessas saídas? -Eu conseguiria sim te amar mais do que como amigo... -Sussurrei para mim e entrei na piscina.

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