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A Carol não levou punição nenhuma e quando acabou a aula daquele professor ela voltou para a sala e assistiu o resto das aulas.

Quando as aulas acabaram fomos para o pátio, como sempre.

-Celeste! Milena! Vamos lá para casa. Se arrumem lá. -Carol falou abraçada com o Pedro. Tão lindos!

-Vai lá para casa, Arthur. Ficar em casa com essas meninas toda, ninguém merece. -Pedro falou.

-Querido, se você não quer ficar rodeado de mulheres, tem algum problema ai. -Falei para ele tentando me manter séria.

-Eu heim, Elena. -Os meninos riram da cara dele. Acabou que o Arthur, depois da fisioterapia iria direto para casa do Pedro e o Rafa passaria para pegar a gente em casa.

Nos despedimos dos meninos e fomos para a minha casa.

-O que está acontecendo entre você e o Pê? -Celeste perguntou entrando na minha casa.

-A gente se pega, às vezes, mas acho que ele não vai querer nada comigo. -Ela disse meio triste. -Afinal, estamos falando do Pedro. -Jogamos nossas mochilas no canto da sala. Fui para a cozinha e abri o congelador.

-Lasanha ou pizza? -Gritei para as meninas que estavam na sala.

-Pizza. -Elas gritaram.

-Romance ou Terror? -Carol gritou.

-Terror. -Gritamos juntas.

E assim foi nossa tarde, com muita pizza e sustos. Quando deu umas 17 horas fomos nos arrumar. De todas, fui a última a ficar pronta.

-Sei nem para que ir tão bonita. O Téo nem vai. -A Carol falou.

-Não me arrumo para o Téo. -Pisquei para ela. Saímos de casa assim que o Rafael buzinou.

-Boa noite gatinhas.

-Boa noite. -Respondemos.

Ele dirigiu até o circo. Ficamos esperando os meninos na entrada. A Carol, coitada, estava quase saindo correndo para o mais longe dali o possível.

-O Guilhermo tentou de tudo para não ir hoje. -O Rafael falou quebrando o silêncio. -Tentou até comer comida estragada, mas acabou que o Arthur viu. -Falou rindo.

-Coitado! -A Carol falou toda trêmula.

-E você só está aqui porque o Pedro GALINHA, disse que ia te proteger. -Ele deu enfase no "galinha" propositalmente. Todos éramos amigos e queríamos um ao outro bem e o Rafael sabe que o Pedro é da mesma laia que ele e não quer uma amiga sofrendo por um mulherengo.

-Eu sei o que o Pedro é, Rafael. -Falou seco. -E sim, eu estou aqui  só por ele mesmo. Sei que ele só está me usando e daqui a pouco vai cansar de mim e... -Ela gritava.

-Ahn... -Rafael tentou falar assim que o Pedro e os meninos apareceram atrás dela, mas a teimosa não deixou.

-Deixa eu terminar... Eu sei que ele só está me usando e que quando ele cansar, ele vai acompanhar outras menininhas para encontros ou saídas em uma sexta a noite. Mas enquanto a babaca sou eu, tenho que aproveitar, se mesmo que por um momento ele me quer, não posso deixar essa chance passar, pois sei que não vai haver outra. E eu não ligo, porque eu o... -Segurei nos braços dela e a virei para trás. Antes que ela falasse a maior burrada da vida dela.

Tá que ela ama o Pedro e eu sei disso, mas acho que ele não necessita saber disso. Não assim e não agora.

Ninguém falava nada e nem ria. Todos sentiam a vergonha que a Carol estava sentindo. Ela estava toda corada. Não sei como não saiu correndo.

O Pedro não falava nada, mas abriu um sorriso de orelha a orelha. Estranho? Demais!

-Está rindo do que, babaca? -Foi tudo que a Carol falou... Ou melhor, gritou.

Quando você acha que conhece a sua irmã, ela te surpreende mais e mais. A Carol sempre foi meio maluca, mas não achei que teria coragem de abrir a boca, ainda mais para gritar com o Pedro.

-Nada, é que...

-Vamos deixar vocês conversando. -Guilhermo disse e saiu empurrando todo mundo para longe dos dois.

-A gente tem que entrar, cara. -Arthur falou me abraçando.

-A gente entra e larga eles ai. -Rafael falou. -Não vão se importar. -Ele apontou para os dois que estavam aos beijos. Tive que rir com a cena.

O Arthur se soltou de mim e foi abraçar a Milena. Isso vai dar namoro ! Fui até o Guilhermo que tentava esconder o medo.

Não reparei quando o Igor foi comprar as entradas, só reparei quando ele voltou para gente com os ingressos na mão.

Entramos no circo e estava tudo escuro. Sentei na ponta ao lado do Guilhermo. Tadinho, era uma tortura para ele e será uma tortura andar de moto até em casa. Socorro!

-Não me esqueci de você, Dona Elena. -Foi tudo o que ele conseguiu dizer, antes da apresentação começar. Ele segurou a minha mão e a apertou com força, mas por incrível que pareça não doeu. Foi diferente. Eu senti algo dentro de mim, como se fosse um choque.

Ignorei a sensação.

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