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Ao invés de falar qualquer coisa, o puxei para mim e o beijei. Ele montou em cima de mim e deixou seu corpo cair sobre o meu. Nossas bocas estavam em perfeita sintonia. Coloquei os meus braços em seu pesçoco e fui descendo pelas costas dele. Ele, com a mão direita, foi acariciando meu corpo até chegar na minha bunda. A cada segundo, nosso beijo ficava mais intenso e eu já podia sentir sua ereção contra nossas roupas. 

-Elena, o filme. -Ele falou ofegante, parando nosso beijo, e quebrando o clima. 

-Foda-se o filme. -Inverti nossa posição e fiquei em cima dele. Voltei a beija-lo. 

O celular dele começou a tocar e eu parei de beija-lo. 

-Deixa tocar. -Ele falou. Olhei para a tela e vi que era a mãe dele. 

-É a sua mãe. Pode ser importante. -Saí de cima dele e sentei ao seu lado na cama. Ele pegou o telefone e atendeu.

-Oi mãe... Pode deixar, eu vou estar no hotel amanhã... Tudo bem... Tchau... -Ele colocou o celular na mesinha de canto e me olhou. -Minha mãe vai chegar amanhã na hora do almoço e pediu para eu estar aqui. -Ele abriu o braço esquerdo e eu me aconcheguei entre seu tronco e seu braço. 

-Como você está se sentindo tendo que ir embora sexta? -Em meio a tantos problemas, o fato do Gui ir embora meio que se apagou, mas sei, que desde quando chegamos em Natal, ele pensa nisso. Por mais que ele tente se fazer de forte, ele está acabado por ter que voltar para a Itália. Eu sei que lá é a vida dele, toda a família dele está lá e sei que ele também tem amigos lá, mas, também sei, que esse ano ele fez grandes amizades. 

-Eu tento me livrar desses pensamentos todo dia, mas todo dia é só nisso que eu penso. Meu pai está tão animado por voltar para casa e minha mãe quer tanto que eu volte, mas, às vezes, eu só queria poder ficar aqui sem magoa-los. 

-Você já tem total certeza de que quer voltar? -O filme estava passando, mas nem eu nem ele prestávamos atenção. 

Ele hesitou em responder.

-Tenho. Eu já planejei a minha vida toda lá, já sei a faculdade que vou fazer e sei até onde vou morar e trabalhar. E aqui, eu não teria certeza de nada. Não fiz ENEM, não sei se meus amigos vão ficar no Rio de Janeiro, não tenho onde trabalhar e nem sei se a garota que eu gosto, gosta de mim. Aqui é tudo muito inesperado para mim. Lá não. - "A garota que eu gosto", lembro que essas palavras há um tempinho atrás me davam um aperto no coração. Mesmo eu estando com o Téo, de alguma forma, eu queria ser essa menina e sempre tive medo de saber quem era a menina que invadia os pensamentos do Gui. Agora que eu sou essa menina, eu tenho medo de assumir meus sentimentos. Logo agora que está tão próximo da partida dele, seria egoismo falar que eu sou completamente apaixonada por ele, né? Eu não posso pensar só no que eu quero, que com certeza é o Guilhermo, eu quero ficar com ele pelo resto da minha vida. Eu preciso pensar além, preciso pensar nele, na família dele e no futuro dele. Por mais que eu queira que ele fique, não seria justo pedir isso a ele, seria? 

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