69.

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Acordei no dia seguinte sem lembrar muito bem o que tinha acontecido de verdade e o que eu havia sonhado. A primeira coisa que reparei foi que eu não tinha ideia de que quarto era aquele que eu estava e então tudo foi se clareando na minha mente. O baile, Guilhermo e o Téo... 

Levantei da cama do Caio e ele não estava ali. Por sorte, o quarto dele era um suíte e foi fácil chegar no banheiro sem ser vista pela família dele. Me olhei no espelho e vi minha cara toda inchada e meus olhos vermelhos de tanto chorar. Lavei o rosto, mas não deu muito jeito. Eu estava horrível!

-Elena? -Era a voz do Caio. Abri a porta do banheiro e o mesmo se assustou com a minha péssima aparência. -Credo! Você acorda assim todo dia? -Ele riu da minha cara e eu revirei os olhos para ele.

-Não seu idiota! Só quando descubro que o meu amigo gosta de mim e que eu sou corna. Fora isso, acordo como uma princesa. Que horas são? 

-12:47. -Ele disse na maior calma. 

-O que ? Eu estou muito na merda! Meu pai vai me matar. -Disse entrando em desespero! Não dei notícias para ninguém e ainda por cima, sumi.

-Calma Eleninha. O Caio aqui pensou em tudo. Mandei uma mensagem para o seu pai avisando que você estava dormindo na casa da Celeste. Mandei uma mensagem para a Celeste e para a Carol falando que você estava na minha casa e depois explicaria para ela o que aconteceu.

-Onde você aprendeu a criar esses planos mirabolantes? -Perguntei rindo.

-Você, Carol, Celeste e Milena são meio complicadinhas de entender, ai peguei o jeito com o tempo. 

-Que orgulho... Mas aqui, sua mãe não tem uma base para me emprestar não? -Ele riu.

-Vou lá pedir para ela. Ah, meus pais e minha avó sabem que você está aqui, mas já disse que você é uma amiga. O almoço está pronto. Come com a gente e depois te deixo na rua da sua casa. -Assenti para o Caio e ele saiu do quarto. Fiquei rindo comigo mesma do plano maluco e que salvou a minha vida. Instantes depois ele voltou com a base, uma toalha e uma muda de roupa da mãe. 

-Obrigada. Já saio. -Tomei um banho rápido, coloquei a roupa da mãe do Caio que ficou apenas um pouquinho larga e taquei um quilo de base na cara, o que, por sorte, deu um jeitinho. Saí do quarto do Caio e segui as vozes, que me levaram direto para a sala de jantar.

-Bom dia, querida! -A mãe do Caio falou abrindo um sorriso para mim. 

-Bom dia, gente. Desculpa por ter aparecido sem avisar. -Dei um sorrisinho tímido e envergonhado. 

-Que isso, Elena! Sem problemas, agora sente-se e coma com a gente. -Me sentei na cadeira que estava vazia, bem ao lado do Caio e da avó dele. 

-Então, Elena, você e meu netinho estão juntos a quanto tempo? -A avó dele perguntou enquanto tomava uma sopa. O Caio me olhou e rimos ao mesmo tempo.

-Não estamos juntos vovó. Ela é uma amiga que estava com problemas e veio aqui passar a noite.

-Ah sim. -Terminamos nossa refeição em silêncio. Depois me despedi de todos e agradeci pela hospitalidade. O Caio me deixou na rua de casa.

-Obrigada Caio! Por tudo que você fez e falou para mim. 

-Que isso Elena. Faria de novo sem reclamar, você é minha amiga e eu te amo. Minha casa sempre vai estar aberta para você.

-Te amo também. -Dei um abraço apertado nele e saí do carro. Segui até minha casa. Assim que abri a porta dei de cara com uma cena que teria sido engraçada se não fosse tão constrangedora. Tenho certeza que seria uma ótima cena para uma série de comédia. 

Minha mãe estava sentada em um sofá com o Arthurzinho do lado dela. No outro sofá tinham três pessoas. O Téo estava na beirada ao lado da minha mãe, o Arthur estava no meio e o Guilhermo na ponta. Do lado da TV meu pai e minha irmã olhavam para todos sentados no sofá. Ninguém ousava falar uma palavra. 

-Até que enfim, Elena! -A Carol falou erguendo os braços em sinal de aleluia. Segurei um riso. -Esse clima está me mando agonia já. 

-Pai? -Ele me olhou. -Você não quer ir lá para cima com a Carol e minha mãe não? -Ele assentiu percebendo que o clima estava muito ruim para ele pedir uma explicação agora. Pouco tempo depois eu estava sozinha com os três meninos me encarando. Respirei fundo e tomei uma atitude diante da situação.

-Arthur, vai pro meu quarto. Teodoro, me espera lá fora. -Assim que acabei de falar os dois me obedeceram. Não sei por que cargas d'água o Arthur estava sentado na sala quando cheguei. Provavelmente ele deu um jeito mirabolante de saber pelo menos um pouco sobre a treta e veio me ver. Amo meu melhor amigo! 


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