18.

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-Carol, eu vou para casa do Arthur. Se o Guilhermo ligar , ele quer falar com meu pai. -Como eu ia viajar com ele e dormir em outra cidade, teria que pedir autorização para o meu pai.
Mesmo eu conhecendo o Guilhermo a pouco tempo, meu pai havia gostado dele e tudo ficou mais fácil.
-Sim senhora. -Saí de casa e fui caminhando para casa do Arthur. Conferi a hora no celular, 18:23, antes de tocar a campainha.
-Querida! -A Valesca atendeu a porta. Assim que me viu, correu para me dar um abraço bem apertado.
Desde a última vez que eu a vi, ela mudou muito. Estava mais magra e fraca. Aquela cena partia meu coração.
Ela me deu passagem para entrar e só tinha familiares do Arthur. Cumprimentei todos, que por sinal eu conhecia e lembravam de mim. Fiquei conversando com uma tia do Arthur que tinha Alzheimer, até que o mesmo foi me tirar de lá.
-Posso rouba-la um instante? -Ele perguntou para a tia com todo carinho possível. Apesar de termos nos afastado, ele continuava a mesma pessoa inteligente e prestativa por quem eu me apaixonara um dia.
A tia dele assentiu. Ele me levou para a varanda.
-Como estão as coisas? E seus novos amigos? -Ele se encostou na grade de madeira.
-Está tudo certo e meus amigos são ótimos! -Respondi. -E sua vida? A Lara?
-Minha vida está ótima também. Eu e a Lara estamos nos dando super bem. Melhor que nunca, eu acho. Nunca achei que iria me sentir assim, sabe? -Ele gostava da Lara, de verdade e eu ficava feliz por ver que ele estava feliz.
Meus sentimentos pelo Arthur, hoje em dia são incertos, mas acho que tudo se transformou em lembranças. Todos os anos brincando, dormindo juntos e fazendo loucuras. Tudo que vivemos, ele trocou por uma menina. Não achei que ele faria isso um dia, mas vendo como ela o faz feliz. Não vejo outro futuro para ele, além de com ela. Mas eu não conseguia aceitar como ele consegui me apagar da vida dele. Eu, Elena, que estive com ele em todos os momentos difíceis. Quando o pai morreu. Quando a mãe descobriu que tinha câncer. Quando seu cachorro morreu. Quando ficou de recuperação pela primeira vez. Quando levou o primeiro toco.
Uma lágrima solitária escorreu pelo meu rosto. Limpei antes que ele reparasse.
-Como. Só me responde, como me esqueceu tão rápido? -Ele me olhou.
-Não te esqueci Elena. Lembro de tudo que fazíamos. Todo dia penso em você e vejo como você está feliz com sua nova vida.
-Feliz? Eu já chorei no colo de todas aquelas pessoas por sua causa. -Falei alterando um pouco a voz. -Dá vontade de chorar toda vez que vejo a Carol com o Téo.
-Não faz ser mais difícil do que já é. -Ele olhou para baixo.
-Eu não estou fazendo nada Arthur. Quem largou a melhor amiga, quase uma irmã, por uma qualquer não fui eu. -Falei alterando a voz mais ainda. Ele agarrou meu braço.
-Primeiramente, abaixa o tom que você está na minha casa. Segundo, a Lara não é uma qualquer. -Ele falou entre dentes. Olhei para o meu braço e o mesmo largou. Entrei na casa e graças a Deus, a Dona Valesca chamou para cantar parabéns. Não olhei mais na cara do Arthur pelo resto da noite.
-Tia, eu já vou indo. Foi muito bom rever a senhora. -Falei logo após o parabéns.
-Já querida? -Ela me abraçou. -Fiquei sabendo que parou de falar com o Arthur.
-Longa história. -Suspirei.
-Lara, eu suponho. -Pera, como ela sabia? -Aquela garota é um sebo.
-Mas, aquele sebo faz seu filho feliz. -Toquei no nariz dela e a mesma sorriu. -Fique feliz.
-Aparece mais vezes, Elena. A gente marca uma hora que o Arthur não esteja em casa. -Assenti. Me despedi de todos e fui embora. Sei que deveria ir para casa, mas senti vontade de conversar com alguém e ainda era cedo. Nem 21h era.

Para onde será que a Elena vai ??? Com que vocês acham que ela vai encontrar ?

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