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-Deixa eu falar droga! -A Carol gritou. Um grupo de pessoas passavam por nós sussurrando coisas sobre um menino ter caído e ter morrido. -O Rafael foi empurrado e ele caiu na piscina escorregando pela pedra. O Pedro já ligou para a ambulância. A Celeste está desesperada.

Antes que eu pudesse colocar os pensamentos em ordem, saímos correndo atrás da Carol e tivemos que pedir licença para as pessoas que se formavam em volta do corpo apagado do Rafa que já estava fora d'água.

-Cheguem para trás, por favor! -O Caio, juntamente com o salva vidas, pedia. Os curiosos não davam bola e chegavam cada vez mais perto.

-Dá para vocês chegarem para trás, caralho! -A Celeste gritou chorando muito e isso fez as pessoas sentirem pena e se afastarem. Ela segurou a mão do Rafa e a beijou. -Amor, fica comigo, por favor! Eu te amo.

-A ambulância já está a caminho. -O Pedro falou guardando o celular no bolso.

-Por favor, Rafael. Eu preciso de você, mais agora do que nunca. -Ela, com a mão que não segurava a mão do Rafael, limpou as lágrimas. Ela chegou bem perto do ouvido dele e sussurrou algo.

Os meninos não sabiam o que fazer. A Milena estava em um canto em estado de choque. Ela não se mexia. O Guilhermo e o Igor tentavam acalma-la. A Carol abraçou o Pedro e chorou no peito dele. O Paulo e o Arthur ajudavam o Caio a manter as pessoas longe do Rafael. Quando o Arthur viu que eu estava sozinha e chorando muito, ele veio até mim.

Eu neguei com a cabeça.

-A Milena... Ela está em choque e precisa de você. -Ele assentiu para mim com um sorriso de compreensão. Sabia que ele não tinha ficado bolado com a rejeição. No fundo, sei que ele gostou de poder ficar com a Milena sem sentir que estava me deixando de lado. Coloquei a mão no rosto, o que me impedia de olhar para o Rafael. Senti alguém me abraçar e, de alguma forma, sabia que era o Guilhermo. Tirei a mão do rosto e o abracei de volta.

Ele me abraçou mais forte, mas eu não consegui sentir o que eu senti quando o Arthur estava em coma. Dessa vez, o abraço dele não me disse que tudo ficaria bem. Foi um abraço incrivelmente reconfortante e tranquilizador, mas não disse que tudo ficaria bem...

Chorei no ombro do Guilhermo.

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