27.

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-Aqui! -Falei.
-O que vocês são dele? -Ela perguntou.
-Amigos. -O Téo falou antes de mim.
-Desculpe, mas eu não posso falar com amigos.
-É que a mãe dele passou mal e foi internada. -A mulher suspirou.
-Bom, ele tem sorte de estar vivo. Ele teve uma hemorragia interna, quebrou uma costela e um braço e bateu a cabeça muito forte. Passou por várias cirurgias e agora está em coma. -Abracei o Téo e comecei a chorar.
-Ele corre perigo de vida? Quando ele vai acordar? -O Téo perguntou, assumindo o controle da situação.
-Sim. Não se sabe ao certo -Ela falou. -Querem vê-lo? -Me soltei do Téo e assenti. -Só mais uma coisa. Alguém vai dormir com ele?
-Eu vou. -Falei. Ela assentiu e nos levou para o quarto.
O Arthur estava todo entubado, com alguns ralados no rosto e todo engessado. Aproveitei para ligar para a Lara. No segundo toque ela atendeu.
-Oi Lara.
-O que você quer? -Falou grossa.
-O Arthur sofreu um acidente, está internado e em coma.
-Ai meu Deus. -Ela falou em pânico. -Pera, como você sabe? -Respirei fundo para não xinga-la.
-Eu estou no hospital com ele e Dona Valesca.
-Vou falar com meu pai e amanhã mesmo estou voltando pro Rio para ficar com ele. -Ela desligou na minha cara.
Dei uma risada irônica.
-O que foi? -Téo perguntou.
-Falei que o namorado dela estava em coma e tudo que ela se importou foi com o que eu estava fazendo aqui. Como um menino tão bom, foi parar com uma garota igual a Lara? 
-Talvez ela seja diferente com ele. -Ele deu de ombros.
-Talvez. -Falei pensativa. -Você pode ficar aqui enquanto eu vou no quarto da tia Valesca? -Ele assentiu. Dei um selinho nele e fui para o quarto da Tia Valesca que era no mesmo andar.
-Oi pai, oi tia. -Disse entrando no quarto.
-Como ele está? -Ela perguntou fraca.
-Ele está em coma. -Ela voltou a chorar. -E não sabem quando ele vai acordar. Vou dormir com ele hoje e eu já avisei a Lara. Ela vem amanhã de seja lá onde ela está.
-Eu não quero essa menina passando a noite no quarto com meu filho.
-Não se esforce tanto, Valesca. -Meu pai falou.
-Por que tia? Por que a senhora não gosta dela?
-Ela é falsa. Uma vez... -Ela teve dificuldade em falar. -Eu ouvi ela falando no telefone com alguém, dizendo que o Arthur estava comendo na mão dela. Ela disse que ele estava apaixonado por ela e até tinha conseguido acabar com a amizade de vocês.
-Mas por que isso?
-A herança Elena, de alguma forma ela sabe. -Foi tudo o que a Valesca disse, antes de voltar a dormir.
-Que herança? -Meu pai perguntou, claramente não entendendo nada. A tia Valesca já havia me falado sobre isso.
O avô do Arthur era um grande empresário e acumulava fortunas no banco e quando ele morreu, escreveu um testamento onde deixava tudo para o Arthur.
-O avô do Arthur era um empresário milionário e deixou tudo para o neto. De alguma forma a Lara ficou sabendo.
-Nunca gostei dessa garota. -Meu pai falou.
-Você nem a conhece. -Falei rindo da cara que ele fez.
-Mas ela separou vocês. Eu shippava você com o Arthur. -Ri da expressão que ele usou. Quando meu pai ficou tão moderno?
-Não! Eu nunca teria nada com o Arthur. Nem deu tempo de te contar. Estou namorando com o Téo. -Dei um sorriso.
-Minha bebê está crescendo. -Ele se levantou e me abraçou. Retribui o abraço.
-Vai dormir aqui?
-Vou. A Valesca precisa de um amigo. -Há alguns anos, meu pai e tia Valesca se falavam muito, mas o tempo e o trabalho do meu pai acabou os afastando. -Vai lá ficar com o Arthur. Ele precisa de você.
-Ele não precisa de mim há muito tempo. -Ele desfez o abraço e segurou em meus braços.
-Ele está apaixonado, mas quando descobrir quem essa garota é de verdade, vai correr atrás de você.
-E eu idiota, vou perdoa-lo.
-O que você vai fazer, na hora você vai saber. Agora vai que seu amigo precisa de você. -Ele me deu um beijo na bochecha e eu dei outro nele. Fui para o quarto do Arthur e vi o Téo sentando no sofá mexendo no celular. Quando ele me viu, veio até mim.
-Enfermeira disse que a hora de visita já acabou. -Assenti. -Eu vou embora, mas amanhã depois da aula eu volto. Fico com ele um tempo para você poder ir em casa, antes de voltar para cá de novo.
-Obrigada por entender. -Sorri torto para ele e o mesmo me abraçou.
-Eu te entendo, Amor. Não sei o que faria se algo acontecesse com a Carol. -Ele me deu um selinho e foi embora.
Cheguei perto do Arthur e comecei a conversar com ele.
-O que você foi me aprontar, heim garoto? Eu nunca achei que voltaria a ficar perto de você, ou mais. Nunca achei que cuidaria de você. E aqui estou eu, dormindo em um sofá duro de hospital, porque me arrumou de sofrer um acidente. Poh Arthur, mesmo a gente não se falando, eu estava bem pois sabia que você estava bem. Mas e agora? Eu estou aqui sofrendo e morrendo de preocupação com você e com sua mãe também. -Segurei na mão dele e comecei a chorar.

Será que um dia a Elena vai viver sem sofrer ?? Tudo de ruim acontece com ela, senhor 😱

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