60.

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As duas últimas provas acabaram bem rápido e posso dizer que fui bem em todas. Se não tirei 10 pelo menos 6 eu tirei. 

Assim que acabei a prova, fui para o pátio e encontrei todos os meus amigos e meu colegas de turma. Alguns choravam e se abraçavam, mas nenhum dos meus amigos estavam chorando. 

-Então como vai ficar o dia de hoje? -O Igor perguntou. -Nosso grupinho é muito grande e eu me confundo muito, às vezes. -Ele disse e eu tive que rir. 

-Eu sei que vou passar o dia com o Téo. -A Carol disse abrançando. 

-Eu e o Arthur vamos com Celeste e Milena ao shopping. -Rafael falou. -E por sinal estamos indo. Beijos. -Eles se despediram e foram embora. A Carol e o meu namorado aproveitaram a deixa e foram junto. 

-Eu marquei de ir andar de skate. -Caio falou. -Querem vir? -Nos entreolhamos e concordamos. 

Fomos para a praças e os meninos foram andar. Eu sentei no banco e o Guilhermo resolveu que não queria me deixar sozinho e sentou do meu lado. 

-Vai levar alguém no baile hoje? -Perguntei para o Guilhermo.

-Vou levar a menina que eu estou ficando.

-Ela é a minha que você está gostando? -Ele arregalou os olhos e riu. 

-Não. A menina que eu gosto é inatingível. -Ele falou olhando para os meninos andando de skate.

-Conheço? -Olhei para o Paulo enquanto ele fazia uma manobra.

-Sim. -Ele respirou fundo. Logo percebi que ele estava desconfortável em falar sobre a menina que ele supostamente gostava. 

-Eu poderia falar para você falar com ela, mas isso tem que ser uma escolha sua, então vou ficar quieta no meu canto.

-Se você gostasse de um menino que soubesse que jamais conseguiria ter, você falaria para ele? Deixaria ele ficar pensando todo dia o quanto o seu amor por ele não é correspondido? Não conto para ela, pois sei que ela vai ficar mal por eu gostar dela, mas ela não gostar de mim. 

-Como você sabe que ela não gosta. -O Guilhermo respirou fundo antes de responder. 

-Ela namora. -Deu um sorriso torto. Meu coração acelerou no momento mais inoportuno da vida. Por um segundo passou em minha cabeça que aquela menina poderia ser eu e em meio a ese pensamento sacudi a cabeça para fazer os pensamentos sumirem.

-Você está bem? -O Guilhermo me perguntou rindo e, a propósito, que sorriso lindo. 

-Estou sim. -Ele continuou rindo. -O que foi, seu doido? -Comecei a rir da cara dele.

-Eu já percebi que você tem mania de sacudir a cabeça quando quer tirar algum pensamento da sua cabeça. -Ele disse tirando uns fios de cabelo que caiam sobre meus olhos. -Você fazia isso quando o Arthur estava no hospital e a gente conversava sobre ele. 

-Você é bem oservador, Sr. Guilhermo. -Disse olhando bem nos olhos dele.

-Para algumas coisas eu sou. -Ele, que antes me olhava nos olhos, desviou o olhar para os meninos andando de skate. Nosso assunto não se prolongou e ficamos vendo os meninos andar, até eles cansarem e o Paulo me deixar em casa. 

Marcamos a hora que ele me pegaria e depois entrei em casa e por alguma razão desconhecida, meu pai estava lá. Olhei a hora no celular e vi que não era tão tarde a ponto de ser a hora dele chegar. 

-O que foi, pai? Aconteceu algo? 

-Sim... -Ele falou se aproximando de mim. -A sua mã...

-Onde vocês coloca... -Eu conhecia aquela voz, afinal é impossivel esquecer uma voz que marcou toda a sua vida. Desde aquele dia na balada em Arraial eu não a via e, além, nem pensava nela.

-O que ela faz aqui?


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