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-Quer comer alguma coisa? -O Arthur me perguntou e eu assenti. -Lasanha? -Assenti novamente. Sempre que eu e meu melhor amigo sentíamos fome e estávamos em casa, comíamos lasanha. Era uma tradição. 

Ele foi para a cozinha e eu fui atrás dele.  Como o Arthur já era de casa, ele sabia onde tudo estava e não foi difícil preparar a lasanha. 

Comemos e depois fomos ver um filme. Eu precisava de alguma coisa para me distrair e acabei aceitando a ideia do Arthur. 

Depois disso, só me lembro de ter acordado no dia seguinte, na minha cama com o Arthur do meu lado me olhando. 

-São que horas? -Perguntei. 

-Sete. -Ele disse levantando da cama e eu me levantei em seguida. Acordei minha irmã com toda calma e paciência do mundo. 

Fiz minha higiene e coloquei um vestidinho branco e uma sapatilha vermelha. Peguei meu celular e vi que havia várias mensagens dos meus amigos confirmando que iriam no velório hoje. 

Fui para a sala de jantar e encontrei os meus pais lá. Meu pai estava tomando café e minha mãe estava com um copo de chá, mas não o bebia. Seus olhos estavam inchados e suas olheiras enormes. Queria abraçá-la, mas não me senti a vontade. Preparei um leite com chocolate e sentei com meus pais a mesa. 

-Vamos? -A Carol apareceu na sala de jantar na companhia do Arthur. Minha mãe assentiu sem falar uma palavra. 

Meu pai dirigiu até o cimitério que o Arthur seria enterrado. Havia muitas pessoas que eu não tinha ideia de quem eram ou de onde surgiram e deduzi que deveriam ser amigos da minha mãe. Todos os meus amigos já estavam lá e fizeram questão de dar os seus sentimentos novamente para minha família. 

O velório foi triste e muito emocionante. Não pude deixar de derramar mais algumas lágrimas, assim como a Carol, também, não conseguiu se conter e chorou comigo. Depois de tudo acabar, os amigos da minha mãe foram se dispersando. Meus amigos ficaram ao meu lado e ao lado da Carol o tempo todo. Até os pais do Guilhermo foram para dar seus sentimentos. 

- Elena, vamos indo. Qualquer coisa pode ligar. -O Igor falou e todos meus amigos, após se despedirem, foram embora, inclusive o Arthur. 

Voltei para casa com minha irmã e meus pais, parecíamos uma família feliz, tirando o fato de minha mãe ter nos abandonado e de termos perdido um membro da família. Passou pela minha cabeça o que minha mãe faria agora e que rumo ela tomaria para a vida dela, mas preferi afastar esses pensamentos por agora... 

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