70.

2.2K 149 3
                                    


-Eu te devo um imenso pedido de desculpas Gui. -Corri até ele e o abracei. O abracei mais forte quando lembrei o quanto desejei esse abraço ontem. -Eu não devia ter falado aquilo para você. Em momento algum você foi egoísta e agora eu entendo isso. O Caio me fez ver que sua atitude foi de muita coragem. -Me soltei dele e olhei bem em seus olhos e fiquei imaginando se meu olhos estariam brilhando ou tudo foi invenção do Caio. 

-Eu te desculpo, minha linda. Mas eu estou arrependido de ter te contado. Eu fui um covarde ao apostar isso com você. Eu te tirei a liberdade que você tinha em escolher se queria saber ou não. Eu queria tanto me livrar desse segredo que existia entre a gente, que eu não pensei no que poderia causar em você. -Ele acariciou meu rosto. -Não quero te perder Elena. -Ele olho para o chão e eu senti uma pontada horrível no peito. O pensamento de ter o Guilhermo fora da minha vida para sempre me passou pela mente e antes que a dominasse completamente eu balancei a cabeça. 

O Guilhermo deu um sorrisinho.

-Eu também não quero te perder e nem quero que a nossa amizade fique estranha. 

-Mas e o Téo? -Respirei fundo. Uma hora todo mundo teria que saber.

-Ele acho que eu tinha traído ele com você ontem e dormiu com a Kelly. -Quase deixei as lágrimas rolarem pelo meu rosto. O Guilhermo percebeu e me abraçou. 

-Ah, Elena. Eu sinto muito. -Ele passou a mão pelo meu cabelo. -Pode chorar se quiser.

-Não vou chorar. -O abracei mais forte. Queria prolongar nossa conversa para o resto da vida, mas eu ainda tinha duas pessoas para conversar e uma criança para passar o dia. Desfiz o nosso abraço. 

-Tudo certo entre a gente? 

-Sim Gui. Você é muito importante para mim e, Arthur que não me escute, eu confio muito em você. Ontem quando eu vi a Kelly na casa do Téo eu tive uma vontade absurda de correr para sua casa e me aconchegar nos seus braços. -Comecei a chorar. -Eu queria que você me falasse que tudo ia ficar bem e que eu não precisar ficar triste que tudo ia dar certo. 

-Elena não chora, por favor. -Ele limpou as minhas lágrimas. -Eu estou aqui agora. 

-E promete que sempre vai estar? 

-Prometo, Elena. -Eu o abracei de novo. Não sabia se estava chorando pelo Téo ou pela falta que senti, ontem, do aconchego do Guilhermo. Por mais que eu ame o Caio e tenha amado conversar com ele e ouvir seus conselhos, ele não é e nunca será o Guilhermo. Ficar brigada com ele por poucas horas me fez ficar um caco. -Agora eu vou indo. Sei que você ainda vai ter um longo dia pela frente e eu não quero te atrapalhar. 

-Vamos sair hoje à noite? Vamos para a praia? -Perguntei desfazendo mais um de nossos abraços.

-Vamos. -Ele disse rindo. -Passo aqui por volta das 6 horas da noite. -Assenti limpando as minha lágrimas. Eu precisava mostrar para ele que nossa amizade continuava a mesma, pois sei que usar apenas palavras não iam mostrar nada. 

Levei ele até a porta e ao sair ele deu de cara com o Téo. 

-Tenha um bom dia Téo. -Ele falou todo simpático.

-Você também Guilhermo. 

Por que você ? Onde histórias criam vida. Descubra agora