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-Eu quero ficar com você, Elena. -Ele falou no meu ouvido por causa do barulho. Eu sabia que ele estava apenas respondendo a minha pergunta, mas por um segundo eu quis que ele estivesse falando sério. Eu queria que ele quisesse ficar comigo e que desistisse de ir para casa. -Vamos dançar? -Ele falou já me puxando para o meio da muvuca. Ele começou a dançar e, caramba, ele dança muito. Será que tem alguma coisa que esse menino não é bom?

Enquanto eu dançava com o Gui, olhei para os lados e vi meus amigos espalhados por toda a boate, um em cada canto. Sorri ao saber que tinha pessoas que podia chamar de amigos e que sei que sempre vão estar ao meu lado.

-Quer uma bebida? -O Guilhermo perguntou no meu ouvido por causa do barulho.

-Quero.

-Vou buscar e já volto. -Ele falou e caminhou por entre a muvuca. Continuei dançando, até que alguém me segurou pelo ombro. A minha primeira reação foi balançar o braço para que a pessoa me soltasse, mas quando olhei para trás, vi que era o Pedro e ele não estava com uma cara nada boa.

-Você viu a sua irmã? Eu fui pegar umas bebidas e quando voltei para onde a gente estava não encontrei ela. -Ele praticamente gritou no meu ouvido. -Já rodei esse lugar todo.

Conhecendo a minha irmã, sabia que ela não iria sair por ai andando. Um presentimento ruim me dominou e meu coração se apertou.

-Eu vou procurar ela lá fora. Se achar o Guilhermo fala que eu estou procurando a Carol. -Ele assentiu e voltou a procurá-la dentro da boate.

Caminhei por entre as pessoas com uma certa pressa. Não sei se era porque eu estava com pressa, mas estava muito difícil conseguir chegar na saída.
Quando saí da boate, andei para um pouco mais distante e vi o contorno de uma menina se debatendo contra dois caras. Não me importei, primeiramente, com o fato de ser minha irmã, eu só queria ajudar a menina a se livrar dos caras. Porém, quando me aproximei, vi que era minha irmã e minha raiva cresceu.

Corri de volta para a entrada da boate e fui direto para os seguranças.

-Tem uns caras tentando agarrar a minha irmã a força. Por favor, me ajudem! -Os dois seguranças se olharam antes de seguir para onde eu havia apontado. Claramente eles hesitaram, pois aquilo não fazia parte do trabalho deles. Corri atras dos seguranças e só consegui vê-los trocando socos com os caras. A Carol aproveitou a deixa, correu até mim e me abraçou.

-Está tudo bem com você? -Perguntei segurando seu rosto em minhas mãos.

Ela assentiu com a cabeça.

-Vamos voltar lá para dentro. -Ela falou limpando as lágrimas e se acalmando.

-O que? Vamos é voltar para o hotel. -Falei indignada com a decisão dela. Ela acabou de ser assediada por dois caras e quer fingir que nada aconteceu.

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