65.

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A festa estava quase no final e muitas pessoas já haviam ido embora. Poderia dizer que não pensei no Téo durante à noite, mas seria mentira. Apesar de eu ter me divertido com o pessoal da minha turma (todas as minhas amigas estavam acompanhadas e eu não quis atrapalhar), eu não conseguia tirar a atitude dele da minha cabeça. Ele nunca foi de se alterar, por nada. 

-Guilhermo. -O chamei quando o vi passando alguns metros de mim. Ele parou. -Por que tenho o pensamento que você me evitou a noite toda? 

-Talvez eu tenha feito isso. -Ele disse caminhando até mim. Eu abri um sorriso e o mesmo retribuiu. 

-Que horrível. Não se evita a própria amiga. 

-Eu sei, sou um monstro. -Ele disse assentindo com a cabeça. 

-Eu também sou. Por isso, vou cobrar a aposta. -Ele passou a mão no cabelo aparentemente desconfortável. 

-Vamos lá para fora. -Saímos do ginásio, onde ocorria a festa, e fomos caminhar pelo jardim que tinha na escola. 

-Como se sente perdendo para o Pedro? -Perguntei enquanto caminhávamos. 

-Sinceramente? Eu sabia que ele ia ganhar. -Passou pela minha cabeça que ele fez a aposta já sabendo que ia perder e a usou como uma forma de poder me contar aquilo. Não sei se o Guilhermo seria capaz de fazer isso. 

-Entrou em uma aposta sabendo que ia perder, Sr. Guilhermo? -Ele me olhou mas não me respondeu. Sentamos no chão do jardim, para ser mais exata, sentamos na grama. 

-Conte-me, Guilhermo. 

Não quero saber. Pensei. 

Não sei o que acontece comigo quando a gente entra nesse assunto: A menina que o Guilhermo gosta, mas eu me desanimo completamente. Minha curiosidade de amiga não desperta nessa hora. 

-Porra Elena... -Ele parou de falar. Queria deitar no colo dele, mas queria ouvir a confissão dele olhando olho no olho. 

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