Capítulo Seis - Herôon

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(...)



Dentro de mais outros segundos, saindo da obscuridade do recinto, mais uma voz ganhou efeito.

– O que há?

– Venha e finalize o pagamento destes impertinentes, pois estes estão me tirando à paciência. Tenho que banhar meus gatos.

– Outra vez, vó? Já é a terceira vez nesta semana...

– Venha cá logo, Razi Benvenute! – Exclamara. Apertou o gato nos braços e sumiu no corredor ainda com sua voz a ecoar – Vamos tirar esse cheiro de rato, não vamos, Pretinho? – Acalentava o animal numa voz infantil. – Ficará cheiroso assim como ontem.

Typson e Ana entreolharam-se estagnados e olhos arregalados. Ouvia-se apenas o lamento dos animais a ecoar na casa.

– Eu a avisei. – Typson não podia perder o momento.

– Eu escutei mal ou ela disse...

Passos se aproximaram revelando um jovem de cabeça baixa.

– Razi Benvenute, em que posso ajudar... Vocês!?

– Razi?

– Matteric? – Disse duvidoso. – É você mesmo?

– Bem, eu acho que sim. – Anunciou. – Ora, vejamos. Isso não pode ser coincidência. Duas vezes em pouquíssimo tempo, é bastante interessante.

Typson estendeu a mão para cumprimentá-lo, que em resposta um forte aperto de mãos. Ossos estalaram.

– O caráter de um homem revela-se ao aperto de mãos. – Revelou olhando profundamente dentro dos olhos de Typson direcionando depois para os de Ana, que em resposta aprumara uma mecha de seu cabelo para detrás da orelha.

– E essa deve ser a senhorita Anabell Donavan, se não me falha a memória. – Ana assentiu com um largo sorriso. – Posso confirmar que, antes do terminante suspiro do sol, no flutuar poeirento do ar naquela rua imunda, não pude contemplar, se me permite dizer meu caro Typson, a primorosa beleza de sua irmã.

O rapaz pegara a mão de Ana e a beijou educadamente, retornando a sua atenção para Typson.

– O que minha avó queria? O que, pela manhã, os trazem aqui?

– Vasos. – Apontou Typson incomodado com o galantear exercido.

– Sim. É claro. Quanto vos devo?

– Duas moedas por engradado e cinco pela "grandona" no canto. – Informou Typson sem delongas.

– Pois bem. – Disse Razi sumindo no corredor. Typson cruzou os braços.

– O que é que você tem, Typson? – Esmurrou-o no braço esquerdo, sussurrando. – Para que tamanha aspereza?

– E que sorriso é esse aí? – Contornara a pergunta com outra, na mesma habilidade.

– Ora, não tenho sorriso nenhum.

– Na próxima, permita ao menos que eu me prepare.

– Se preparar? – Encolhera os ombros. – Sobre o que é que tu falas?

– Nada, Ana. Nada. Sou apenas um louco.

– E é o que estás parecendo.

– E... aqui estão as moedas. Confiram, por favor.

A Jornada de um Assistente e a Esfera da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora