(...)
Dentro de mais outros segundos, saindo da obscuridade do recinto, mais uma voz ganhou efeito.
– O que há?
– Venha e finalize o pagamento destes impertinentes, pois estes estão me tirando à paciência. Tenho que banhar meus gatos.
– Outra vez, vó? Já é a terceira vez nesta semana...
– Venha cá logo, Razi Benvenute! – Exclamara. Apertou o gato nos braços e sumiu no corredor ainda com sua voz a ecoar – Vamos tirar esse cheiro de rato, não vamos, Pretinho? – Acalentava o animal numa voz infantil. – Ficará cheiroso assim como ontem.
Typson e Ana entreolharam-se estagnados e olhos arregalados. Ouvia-se apenas o lamento dos animais a ecoar na casa.
– Eu a avisei. – Typson não podia perder o momento.
– Eu escutei mal ou ela disse...
Passos se aproximaram revelando um jovem de cabeça baixa.
– Razi Benvenute, em que posso ajudar... Vocês!?
– Razi?
– Matteric? – Disse duvidoso. – É você mesmo?
– Bem, eu acho que sim. – Anunciou. – Ora, vejamos. Isso não pode ser coincidência. Duas vezes em pouquíssimo tempo, é bastante interessante.
Typson estendeu a mão para cumprimentá-lo, que em resposta um forte aperto de mãos. Ossos estalaram.
– O caráter de um homem revela-se ao aperto de mãos. – Revelou olhando profundamente dentro dos olhos de Typson direcionando depois para os de Ana, que em resposta aprumara uma mecha de seu cabelo para detrás da orelha.
– E essa deve ser a senhorita Anabell Donavan, se não me falha a memória. – Ana assentiu com um largo sorriso. – Posso confirmar que, antes do terminante suspiro do sol, no flutuar poeirento do ar naquela rua imunda, não pude contemplar, se me permite dizer meu caro Typson, a primorosa beleza de sua irmã.
O rapaz pegara a mão de Ana e a beijou educadamente, retornando a sua atenção para Typson.
– O que minha avó queria? O que, pela manhã, os trazem aqui?
– Vasos. – Apontou Typson incomodado com o galantear exercido.
– Sim. É claro. Quanto vos devo?
– Duas moedas por engradado e cinco pela "grandona" no canto. – Informou Typson sem delongas.
– Pois bem. – Disse Razi sumindo no corredor. Typson cruzou os braços.
– O que é que você tem, Typson? – Esmurrou-o no braço esquerdo, sussurrando. – Para que tamanha aspereza?
– E que sorriso é esse aí? – Contornara a pergunta com outra, na mesma habilidade.
– Ora, não tenho sorriso nenhum.
– Na próxima, permita ao menos que eu me prepare.
– Se preparar? – Encolhera os ombros. – Sobre o que é que tu falas?
– Nada, Ana. Nada. Sou apenas um louco.
– E é o que estás parecendo.
– E... aqui estão as moedas. Confiram, por favor.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Jornada de um Assistente e a Esfera da Lua
ПриключенияNada inicia-se sem uma perturbação. Do que você seria capaz caso perdesse parte do que ama e tudo que tivesse como esperança fosse uma lenda antiga esquecida por muitos? Um jovem chamado Typson encontra-se numa situação semelhante, juntamente a Anab...