Capítulo Dezesseis - A Primeira Rocha

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(...) E ainda assim acreditamos que além do horizonte do túmulo existe uma resposta, e que através da Fé poderemos obtê-la. Sem Fé, sofreremos a morte moral, e por meio dela, subiremos ao Paraíso.

Ela – Henry Rider Haggard




– Comecem! – Autorizara a mulher.

Muitos já descansavam em grupos espalhados pela torre, a observarem atentos as duplas que se seguiriam; todos ansiosos, sedentos pelo que aconteceria. Somente horas depois que Typson descobrira que William Dales ficara em segundo lugar na última contenda, frisando que por pouquíssimo perdera uma melhor colocação. Olho com olho se encontraram. Typson tomara o primeiro movimento.

Segurava a espada com ambas as mãos, a suster a ponta da lâmina no chão. Em um movimento ágil, traçara uma linha arciforme no ar; ação que criara algo mais físico viajando em rota de colisão. Will, por sua vez, estendera a lâmina em uma defesa bem-sucedida, recebendo o impacto com precisão mesmo em resultado de um esgar de esforço. Ligeiras faíscas vermelhas surgiram.

Passo a passo um se aproximava doutro; passo a passo atacavam-se e defendiam-se em peculiar habilidade. As lâminas encontraram-se; as faces se encontraram. Will deslizara sua espada em um impulso, girando em seu eixo, a realizar movimentos retos e laterais. Esquerda; defendida. Direita; defendida. Typson segurava a respiração prostrando-se em posição, defendendo-se com destreza; mas não importava o quanto se esforçasse, não conseguia sair de sua base de resistência. Ao olhar para trás, descobrira a razão das cargas de investidas; Will o encurralaria contra a parede.

Percebido o artifício, Typson segurara um dos ataques a girar-se entorno de seu oponente. Revertido a situação, efetuaria o desarmamento se Will não fosse mais ágil. O jovem, ciente de sua derrota, jogara-se para o lado, a rolar, ao momento que a lâmina de Typson atingira a parede. Respectivo erro deixara uma falha na defesa que Will explorou, aproveitando-se para saltar, e com sua a espada em velocidade, ir de encontro ao seu adversário. Por puro reflexo, Typson estendera sua espada em defesa. Tamanho foi o impacto que sua lâmina escoriara seu ombro em um único e longo corte.

Typson, usufrutuando-se de sua dor, carregara uma força em braços que repelira Will em cambaleios. Outra sequência de ataques se seguiram, agora tomando um maior espaçamento devido a cega excitação dos dois jovens. Irisin, a par da excitação, sinalizara para os demais jovens se afastarem enquanto a disputa prosseguia. Tudo anunciava uma equiparação e Typson, ao constatar a indiferença em que o nível estava, proferira uma palavra ao fixar seu olhar na espada de William.

Nesariparo. – E a espada repelira-se da mão de Will viajando para a mão esquerda de Typson. – Acabou. – Anunciara triunfante.

– Pense melhor. – Corrigira o jovem a esticar seu braço.

Typson, de imediato, largara a espada pelo esquentar de sua empunhadura; logo ambos estavam na mesma situação anterior.

– Brincaremos com as palavras agora. – Sorrira Will centralizando a ponta de sua espada contra Typson. – Hostem Repellas. – Bradara.

Uma energia transparente viajou pelo ar de encontro a Typson, que por ele proferira a defesa recém-ensinada, redirecionando o ataque que se colidira na parede da torre pela evasiva que Will realizou. Ao pôr-se em pé, Will cortara no ar um "X" que rasgara o gibão de seu oponente e penetrara superficialmente em pele.

A Jornada de um Assistente e a Esfera da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora