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Ana acordou desnorteada e assustada ao que viu. Procurou por Razi, cujo estava desacordado ao seu lado. Verificado a consciência de seu amigo, Ana arrastara-se de encontro a espada, segurara em sua empunhadura e grunhiu:
– Permissão!
– Concedida... – Soara a voz em mente e coração.
Era mais leve que o esperado. A mesma lâmina que refletia a cor dos olhos amendoados cortava o ar com graça e destreza. Não havia imperfeições, manchas ou arranhões. A empunhadura era feita por um metal negro com símbolos grafados por ele todo. Havia uma sumidade na espada, uma sensação interna de poder ao seu manejo.
– Razi, se levante. – Chamara Ana sem olhar para trás. – Você tem que ver isso. – Virara-se. – Razi!?
Não houvera resposta, não uma desejável.
– Dê mais um passo e seu amigo cairá na água. – Proferira uma distorcida voz.
Uma coluna negra e imaterial emergia em contraste ao cristal e ao lago luminoso. A criatura semicerrava os olhos incandescentes, enquanto sua mão sombria envolvia o pescoço de um jovem adormecido.
– Você existe. – Sobressaltara Ana ao ver da Sombra o perigo infligido. – O vulto da Cidadela.
Razi permanecia desacordado com sua pedra a brilhar pendulado ao chão. A coluna de negritude delineava-se a luz, porém aparentava uma dissipação em sua estrutura.
– Solte-o. – Bradara.
– Isso não será uma boa opção. – Retrucara. – Dê-me o que quero e deixo seu amigo viver.
Ana olhou para a espada e para si através do reflexo da lâmina. Sabia o que era certo e sabia o que era necessário. Erguia a espada em rendição quando assistiu Razi de movimentar.
– Dê-me a espada! Dê-me a espada!
– Ela não o dará nada! – Vociferara Razi a produzir uma luz ofuscante que fizera a Sombra recuar, jogando-o contra a rocha.
Ao tempo de distração, correram; mas não muito. O vulto bloqueara o caminho, impulsionando os jovens contra o cristal arroxeado. Ana batera a cabeça e não se mexia. Razi arrastava-se em direção a espada, sentindo o sangue em testa e o zinir nos ouvidos. A visão do jovem enfraquecia. Por um momento conseguira tocar na espada com o dedo médio, mas não foi o suficiente para segurá-la. Razi fora puxado pela Sombra em encontro.
– Agora tu morrerás aqui, nesta água maldita. – Anunciara com sarcástica elegância, os olhos brancos perfurando a carne. – A grande falha é eminente e cedo ou tarde ela chegará. Não há como impedir o que está por vir. Os fracos lutam contra um rio em tempestade. Eu sou apenas uma gota em um mar de sangue.
Razi fraquejara. A uma forma que desconhecia, sua energia era minada pela criatura. Sua pedra perdia a vivacidade e seu corpo esmorecia com uma planta ao Sol e a seca. Pouco de enxergava quando se ouvira um tinir distinto de metal. O vulto, perante o som, largara Razi desestabilizando-se de sua forma espectral. Ana havia acordado e a mesma estava com a espada em mãos, golpeando-a ao chão com a força que possuía. Um brilho emitia em colisão a rocha, um peculiar ofuscamento que afastava a sombra para trás.
– Maldito brilho. - Contorcia-se a besta. – Malditos! – Grunhia – Se a espada não sair, vocês também não sairão! – E o vulto erguera seu braço desfigurado a proferir um encantamento cujo significado era-se desconhecido. – Morram! – Exclamara e sumira ao girar em torno de seu eixo.
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A Jornada de um Assistente e a Esfera da Lua
AventuraNada inicia-se sem uma perturbação. Do que você seria capaz caso perdesse parte do que ama e tudo que tivesse como esperança fosse uma lenda antiga esquecida por muitos? Um jovem chamado Typson encontra-se numa situação semelhante, juntamente a Anab...