Capítulo Quinze - A Torre de Pedra

17 3 11
                                    


Ou nós encontramos um caminho, ou abrimos um.

Aníbal



Estavam na Abóbodala quando Typson contara tudo à Razi, em detalhes.

– Então, Tatimus ficou furioso? – Impressionara-se. – Isso é novidade para mim.

– Foi só isso que capturou de toda à história? – Ana o encarava com um olhar de poucos amigos. – Falamos de algo grave. Precisamos de ajuda.

– Muita ajuda. – Enfatizou Typson, olhando para trás incomodado com alarido em derredor.

– Você tem certeza sobre a Esfera? – Inclinou-se Razi enrugando o cenho.

– Acha mesmo que mentiríamos numa situação como essa? – Com o canto dos olhos Ana o flagelava. Amuado, Razi recuou.

– Eu poderia ter ouvido mal ou... eu não sei. – Respirou. – Não acredito que em todo esse tempo eles estivessem... estejam mentindo para nós. Não vejo razão alguma para isso.

– Poderíamos perguntar. – Propôs Typson.

– E falar o quê? – Estendera Ana as mãos ao alto. – Olá, senhor Alorry! Será possível a Esfera, da qual nos protege há cinco séculos, ser mais que uma mera duplicata? E que a verdadeira Esfera esteja sendo utilizada como um cadeado para uma besta com o poder de aniquilamento em massa? E que todos esses anos de ignorância pesariam em seus ombros pela responsabilidade das gerações?

– A esse tom me parece improvável. – Resmungara. Ana arqueara as sobrancelhas.

– Bem – avaliara Typson –, estamos no fim do outono e não teremos muito tempo até solstício ou tempo suficiente para... encontrá-las na Cidadela.

– Se estiverem aqui. – Complementara Ana a se queixar. – E se eles estiverem em algum lugar remoto? Um lugar longe de tudo e de todos?

– Não pensei nisso. – Fadigara-se Typson. – Se for verdade, será impossível reuni-las a tempo mesmo se dispuséssemos de várias estações!

Todos baixaram o olhar, reflexivos, dando petelecos nas migalhas sobre a mesa.

– Mas... talvez estejam. – Balbuciara Ana após breve quietude. – Talvez as chaves estejam aqui. – Erguera-se sentada. – Sim, é claro!

– Você acha? – Tentava Typson acompanhar aquela linha de raciocínio.

– Por que eles as esconderiam aqui? Não é óbvio demais? – Razi continuava a dar petelecos até ouvir alguém ao longe reclamar.

– Exatamente isso. – Concordou a jovem. –Existiria algum outro lugar mais seguro que o manto da Esfera da Lua?

Ambos refletiram a crescer em semblante um sorriso engenhoso à compreensão.

– Ainda não sabemos o que elas são ao certo. – Lamentou Razi. – Ou sequer por onde começar. – Desabou-se na cadeira. – É inútil. E frustrante.

– O que é verdade. – Aprumou-se Typson, confiante. – Mas talvez eu tenha uma ideia do que as chaves são.

Dito isso, repetira o poema escutado destacando o que lhe parecia claro no momento.

– É bem óbvio! – Exclamara Razi a se levantar. – Vocês ouviram? A espada, o livro, a pedra e o cetro. Quatro objetos, quatro chaves! É claro que é isso! – Socou a mesa com o lado macio da mão, ganhando a atenção daqueles que por perto passavam.

A Jornada de um Assistente e a Esfera da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora