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– Irresponsáveis, imprudentes, insensatos, negligentes, descuidados, leviosos, desatenciosos...
Os adjetivos ofensivos foram inesgotáveis partindo principalmente dos velhos de vestimentas tingidas, proferindo em suas vozes roucas e acabadas conselhos dolorosos, ou até apreciados por aqueles que se manifestavam. O mais velho entre todos permanecera em silêncio perante o falatório expressivo, analisando aqueles qual estavam ao seu redor, não distinguindo entre seus companheiros – ou mesmo dos próprios jovens que deliberadamente trespassaram os limites estipulados em segurança – uma razão para falar. O Sr. Alorry permanecia ereto, semblante firme, uma coluna branca e imóvel ante o alarido dos velhos secundários.
– Escutem crianças, e acreditem quando digo que serei sincero, pois não costumo distorcer minhas dicções. – Falara um dos anciões de vermelho cujo assento era o mais próximo do senhor de branco. – Portanto, perguntar-lhes-ei: o que, pela santa e preciosa Esfera, dois jovens, que acabaram de sentir o amargo da vida adulta, foram realizar na floresta em pleno anoitecer!?
A última palavra ressoou diante no silenciar dos demais senhores. Sentindo o poder de suas palavras, o mesmo Ancião levantara-se aprumando sua longa vestimenta vermelha, a retumbar seu cajado com a pedra da mesma tonalidade faiscar de acordo como sua voz vibrava no ar.
– Não compreendem a... a... parvoíce... o estouvamento de tais ações? Das consequências que poderiam lhes afligir ausente de nossas intervenções? De nossa proteção? – Respirou ganhando fôlego. – É de conhecimento que a Esfera da Lua desempenha um trabalho deveras exemplar; mas sem a nossa subsistência, cada jovem na aurora de sua hombridade se arremessariam no ventre da perigosa floresta, onde logo descobririam criaturas que outrora duvidavam existir.
Os jovens dirigiam um olhar cabisbaixo, entreolhando-se constantemente a pressionar um lábio contra o outro. Os demais senhores passaram a conversar civilizadamente com olhares curiosos, analisando-os severo pela ponta do nariz. As pedras cujos portavam sobressaiam-se ao fundo, escuro pelas características colocações, emanando, faiscando calidamente no balcão irregular; cintilações vermelhas e esverdeadas, limitando-se apenas ao branco pelo mais velho dos Anciões, que por ele pronunciara-se com um gesto singelo com a mão.
– Sente-se, caro Herbart. – Ordenara para o velho de vermelho, e o mesmo se sentou obediente.
O Ancião de Branco se recostara em seu bordão com ambas as mãos. Um cheiro amadeirado pairou no ar.
– Ainda estou à procura de uma palavra apropriada cuja essa os definam melhor, admito. – Continuou suavemente. – Mas, até esse momento, não decidi se vos chamarei de ingênuos ou desajuizados.
Typson notara um sorriso no canto da boca do senhor. O mesmo continuou:
– Desde a morte dos conhecidos sábios, de fato todos conhecem a regra que, definitivamente, proíbe a saída de qualquer pessoa sem o nosso consentimento. Mesmo serve para você, portador. Não imagine estar insensível com nossas limitações. – Fitara o ancião o jovem em destaque. – É de juízo de todos, e dos jovens presentes nesta audiência, inclusos os adventícios, razão que não subjuga a capacidade de aprendizagem e responsabilidade, a familiarização com os preceitos da Cidadela; sendo uma delas recalcitrada, conscientemente, nesta noite pelo senhor Typson Matteric.
O velho homem, que primeiramente fitava Typson, direcionou-se a Razi, que por ele sentira, mesmo sem ver, o peso da observação. O jovem erguera sua cabeça a fitar o Ancião.
– O citado refere-se por igual, Sr. Benvenute.
Razi enrugara o cenho. Seu cabelo estava grudado em testa pelo suor que escorria.
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A Jornada de um Assistente e a Esfera da Lua
PertualanganNada inicia-se sem uma perturbação. Do que você seria capaz caso perdesse parte do que ama e tudo que tivesse como esperança fosse uma lenda antiga esquecida por muitos? Um jovem chamado Typson encontra-se numa situação semelhante, juntamente a Anab...