Capítulo Vinte Um - Outro Dia

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Na Abóbodala, conversas despreocupadas admirava-se aos olhos dos recém-chegados em contraste a agitação da noite anterior. O murmúrio permanecia; contudo, suportável aos padrões adotados anteriormente. Jovens ocupavam os acentos à mesa por onde relaxavam-se em risos agradáveis e gestos precedentes de uma comunicação evidente. Bebiam e comiam, cochichavam e relacionavam-se da maneira quem bem compreendiam.

Typson e Ana logo avistaram o grupo de conhecidos do qual, ao notarem a presença dos irmãos, acenaram sinalizando e recebendo a devida resposta natural. Ana sentara-se a companhia de Razi enquanto a Typson a de Helena. Ambos casais sorriam ao aproximarem-se.

– Vejo que não sou o único que não conseguiu dormir bem. – Estudara Typson cada um. – Estão péssimos, perdoem-me amigos.

– Eu estou ótima. – Declarara Anabell vivaz. – Dormi como nunca antes na vida!

– Não existe tempestade ou ventania que faça-te levantar da cama, Ana. – Arqueara Typson uma única sobrancelha. – Digo um fato – declarou a todos –, perguntem a ela!

– Não é para tanto. – Explicara-se Ana fechando um cenho desdenhoso para seu irmão. – Typson é um ótimo enaltecedor.

– Não dormimos – disse Jonas, a um sorriso –, pois compartilhamos da mesma aflição. A mesma que a tua, portador, ouso dizer.

– Não te condeno. – Expirara Typson seu sorriso. – Estas mais que certo. – Pausou. – E acredito que tenho algo a explicar a todos.

Cada personagem se entreolhou cerrando ou mordiscando o lábio inferior. Um curto silêncio repousou, cortado rapidamente por Peter.

– Contará ou não? – Questionou-o.

– Peço somente que escutem com atenção. – Pontificou circunspecto. – Falarei tudo, desde o ataque de meu vilarejo ao encontro da Cidadela e o Norte misterioso.

E assim iniciou. Como dito, Typson partira do princípio, não versado de grandes detalhes, intensificando, principalmente, apenas nos eventos notáveis a sua chegada. Contara sobre o óbvio, de seu cordão até o salto dos anos que passara em latência. Descrevera Razi e de como o encontro encaminhara-o para os segredos e os acontecimentos que se sucederam aos dias atuais. Clarificara a história da Grande Batalha, da mensagem da estátua de Alfred sobre os segredos dos objetos e, especialmente, a razão da existência de uma Esfera duplicata. Por fim, com considerável pesar, revelara a falha em conter o mal antes aprisionado, a falha com os objetos e a ação para remediá-la.

Havido passado longos e impactantes minutos, jovens encontravam-se abismados, outros enraivecidos, outros temerosos ou receosos. Typson, por sua vez, ao fim do enredo, explicou o que podia ser explicado, revelando o que por palavras conseguia revelar. Terminado o explanar, respirou pesadamente observando a reação de seus amigos dos quais apresentavam estranha paralisia facial.

– Tatimus está morto? – Exclamara Mathias entredentes. – Pela santa Alvorada, Typson! O informante está morto e ele era neto de... Alorry Tenebrarh? Como isso é possível!? Não! Isso não pode...

– ... estar certo. – Contestara Nôvire sacudindo a cabeça negativamente. – A Esfera não pode ser falsa. Não pode ser... pois... se ela fosse, como estaríamos a salvos? As... as... Sombras não entrariam... não estou certo? Não pode ser falsa. A história diz...

– ...claras mentiras? – Questionou Nôvire. – O que, pela Esfera, tenta nos dizer? Que tudo que sabemos sobre os guerreiros é falso? Que esses velhos do conselho não passam de homens depravados? De que a história da...

A Jornada de um Assistente e a Esfera da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora