Henrique.
– Ta querendo respeito para o próximo ano? Roxo com certeza não é sua cor. – Marcelo começa a rir da minha mancha quando eu entro no camarote. Mas eu não me importo, me importo com quem me fez essa mancha.
– Ela está aqui Marcelo. Porra ela está aqui. – Falo com um semblante no rosto misturado com euforia, nervosismo que chega a quase me dar falta de ar.
– Quem? A garota que eu falei que eu dei o fora na semana passada. – Ele vai até o vidro e fica procurando alguém.
– Não seu idiota. Helena, Helena está aqui e vai subir aqui daqui a pouco. – Falo inquieto.
Ele começa a gargalhar e fico sério.
– Que porra é essa Henrique? Mano, você está delirando? Você não estava choramingando ontem porque a mulher estava no Brasil? – Ele ainda ri e minha expressão mais séria ainda. – Você não esta brincando. – Ele por fim vê que é verdade. – Caralho, a mulher ta aqui mesmo?
– Acabou com o show? Nem acredito, eu nem sei o que ela está fazendo aqui. Mas só o que importa é que ela esta aqui e que eu vou poder explicar porque eu não fui atrás dela.
– Tá tá, chega com essa melação. Quando ela chegar aqui eu dou um jeito de sair.
– Valeu cara. – Ele aperta minha mão. – E nada de besteira. – Já vou o intimando porque da última vez que ele abriu a boca Helena ficou puta da cara com ele e comigo.
Eu já estava nervoso. Nunca mais estive tão nervoso e ansioso ao mesmo tempo. Ela prometeu que viria, ela não iria furar a palavra dela – Pensei comigo mesmo.
Quase cinco minutos depois Helena entra pela porta do camarote grudada em Martina. Ah como ela estava linda e ainda bem sem nenhuma mancha roxa em sua blusa delicada que combinava perfeitamente com ela.
Ela veio até mim e se aproximou rápido demais, por um segundo eu pensei que ela realizaria meu sonho e me beijar, só que meu sonho vai ter que ser para depois.
– Marcelo está solteiro? – Ela fala em meu ouvido. Olho para ela e franzo o cenho.
– Sim. Por que? – Mas ela se vira para a amiga que ainda está na porta e apresenta nossos amigos um ao outro, e para minha surpresa os dois descem para a multidão lá em baixo.
– Espero que tenha algo bom e convincente para falar. – Helena senta no divã que fica em frente à janela que dá para as pessoas na pista de dança.
– Espero que você aceite o que eu tenho de bom e convincente para falar. – Olho para seu pulso e vejo o relógio e a pulseira que lhe dei de formatura, meu peito se incha de felicidade.
– Vou começar por onde eu acho que tudo começou. – Ela começa a protestar. – Fica quieta e me escuta pelo amor de Deus. Só me deixe falar desta vez. – Faço meu apelo e ela, para meu alivio, ela fica quieta. – Primeiro eu quero me desculpar pelas merdas que eu fiz você passar. Você tem meu eterno agradecimento por ter feito o que fez por mim, você é mais que incrível. Agora, Helena não teve beijo nenhum.
– Você não pode negar o que eu ouvi. – Ela fala em uma voz baixa.
– Ela ligou para se desculpar, ela ia me beijar e eu recuei. E só. Perdoa-me? – Olho para ela atordoado.
Ela olha para o relógio e pensa um pouco.
– Falta quatro minutos para o próximo ano. – Ela levanta e me abraça, tudo que eu estava precisando. – Ano novo nada de confusões velhas. – Cheiro seus perfume doce de sempre.
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Um amor além de flashes
RomanceDeterminada, sonhadora, irritante e dona total de si Helena viaja para Barcelona para estudar durante um mês com intensão de melhorar seu currículo e melhorar seu histórico profissional. O que ela não esperava era que ia melhorar também seu históric...