O dia passou de arrasto. Aula-almoço-aula. Finalmente ir para casa. Não consegui prestar atenção na aula do Sr. Rivers, e cada hora eu tinha que ir ao banheiro para conferir o placar do jogo, mas eu não estava interessada no jogo e sim vê-lo em campo. Era umas duas da tarde quando acabou o jogo e ele foi dar entrevistas. Ele estava sem camisa porque trocou sua camisa com um outro jogador do time adversário. Quase tive um piripaque. As pessoas vinham comentar comigo sobre ele ter jogado bem, claro... todos sabiam que estávamos juntos. Por um lado eu queria voltar para o Brasil para essa loucura passar logo, e por outro isso significaria deixar Henrique longe de mim e isso me corroia por dentro. Eu estava perdidamente apaixonada por ele e pensar em ficar separados me doía demais.
Eu sai da universidade às 5 horas da tarde, fomos a pé como sempre mas eu precisava passar no mercado, Luana me acompanhou pois precisava ir também. Compramos mais do que precisamos como sempre e voltamos ao apartamento. Estávamos chegando ao prédio quando a Porsche prata estacionou na vaga em frente, meu coração deu um pulo.
–Deixa que eu levo as coisas pra cima daqui. –Disse Luana com um sorrisinho
–Obrigada. –Olho para ela agradecida.
Ele sai do carro indo ao meu encontro. Quase dou um pulo no pescoço dele.
–Oi linda, senti sua falta. –Diz antes de me beijar suavemente.
–Olá melhor jogador da partida, também senti sua falta. –Murmuro em seu ouvido abraçando-o.
–Quer sair, para matar um pouco da saudade? –Ele está com aquele sorriso de 100°C.
–Claro, mas só vou avisar as meninas...
–Elas já devem saber, vamos. –Ele me interrompe e me ajuda entrar no carro.
Me acomodo no acento e coloco o sinto de segurança. Quando ele coloca o seu sinto noto que ele está com um sorriso no rosto.
–O que foi? –Pergunto curiosa.
–Nada, só estou feliz por estar aqui com você. –Perdi o fôlego quando ele falou isso.
Fomos até sua casa. Quando entramos Alice e Victória estavam esperando na sala, eu não esperava ver Alice e muito menos Victória ali.
–Henrique, ai mano que saudades. –Ela veio até nós e abraçou o irmão.–Oi cunhada bom te ver de novo, parece que você não teve ressaca. –Obrigada Alice, valeu por essa. Henrique franze o cenho após ela ter dito isso.
–Bom, parece que a noite das moças foi realmente boa.– Disse ele sarcástico.
–Chamei vocês aqui para conversar com Alan, sobre sigilo, fotos entre outras coisas. Ele deve estar chegando. Vou subir rapidinho e já volto. Helena sinta-se em casa. Olá Victória, há quanto tempo. –Diz ele mas não deu bola se ela respondeu ou não, ele desapareceu indo ao segundo andar. Vou em direção a uma poltrona, longe de Victória que estava com cara emburrada como sempre, e por que ela estava ali?
A campainha toca e uma mulher, por volta de uns 40 anos vai atender. Henrique tinha empregados? Como nunca percebi isso antes?
–Olá Sr. Alan. O senhor está sendo aguardado aqui na sala mesmo, fique a vontade.
Alan tem na faixa de uns 35 anos, moreno alto de olhos negros, parece ser gentil e simpático. Henrique desce as escadas quando Alan está se aproximando de nós.
–Oi Henrique, não estou com saudades de você. –Disse se divertindo. –Olá Alice.
–Oi Alan quanto tempo, essa é uma amiga Victória.–Ele a cumprimenta formalmente.
–Alan essa é minha namorada, Helena como você já sabe. –Quando Henrique disse isso eu sorri de felicidade, porque foi a primeira vez que ele me apresentou assim a alguém. Victória revirou os olhos, qual o problema dessa garota?
–Olá Helena, muito mais bonita ao vivo. –Disse beijando minha mão. Ainda fazem isso?
–Olá Alan, um prazer em conhecê-lo também.–Murmuro a ele.
Após todos os cumprimentos nos sentamos e Henrique puxou uma poltrona para sentar ao meu lado.
– Quero ser breve. Vim aqui não como agente do jogador vim além disso, como amigo. Só quero esclarecer algumas coisas. Já declaramos a imprensa sobre o namoro de vocês dois. –Alan olha para mim e para Henrique. – Helena agora é com você. Essa vida de jogador não é fácil, há coisas que você precisa sacrificar para entrar nesse mundo como a privacidade. Espero que você saiba onde está se metendo, porque apesar de vocês apenas namorarem há pessoas de que agem de má fé. Não estou dizendo para você mudar sua vida, apenas cuide o que você faz. Você está realmente disposta a aceitar isso? –Que maluquice é essa?
Henrique fica com os olhos sombrios, notei que seus músculos ficaram tensos esperando minha resposta.
- Bom, eu não tenho nada para me opor a isso. Gosto de Henrique e eu não faria nada para prejudicar sua imagem, não sei muito como essas coisas de mídia funcionam. Mas eu não precisando anular o que eu gosto de fazer eu aceito qualquer condição. – Notei que depois de minha resposta, Henrique relaxou.
–Ótimo. Desculpa ter esse tipo de conversa, mas trabalhamos também com mídia e isso é um ramo complicado. –Enquanto se desculpa ele sorri para mim. Sorrio de volta.
–Bom, já estou indo. Minha mulher fez lasanha hoje. Tchau a todos. –Alan se levanta se despede e sai em direção a porta. Claro ele já deve ser de casa.
–Então como foi a noite de ontem? –Pergunta Henrique às três mulheres diante dele.
–Foi ótima, bebemos, cantamos como loucas e fiz amizade com as amigas de Helena, elas são ótimas. –Disse Alice mexendo no cabelo.
–Foi boa, Helena até dançou com um cara bem engraçado não é Helena? –Quando Victória disse isso houve duas caras feias, uma de Henrique para mim e outra de Alice destinada a ela.
–Dancei com ele, mas ele queria algo mais e dei um tapa nele e falei que eu tinha namorado. Foi por isso que decidimos ir embora não é Alice? –Disse encarando Victoria. Cadela filha da puta.
–Helena, você vai embora no domingo não é? –Disse Alice quebrando o gelo segundos depois. Henrique ficou quieto.
–Vou sim. Mais especificado, a noite. –Eu disse meio abalada.
–Acho que vamos juntas até São Paulo. Você vai para Florianópolis e eu e a Vic para Porto Alegre. O que você acha?
–Claro, vai ser ótimos ter companhia. As meninas só vão daqui a mais uma semana.
–Vai dar bem certinho o horário, porque a Yasmin chega de Londres e vamos nos encontrar todas em São Paulo. –Victória disse de repente, mas parece que se arrependeu. Henrique solta minha mão e vai para o segundo andar.
– Acho que já vamos né Vic, tu fez muito rolo por hoje. Desculpa Helena. –Ela me da um beijo no rosto e vai em direção a porta. A piranha da amiga nem se da a força de se despedir de mim. Desgraçada, destruidoras de noites, pensei comigo.
Subi ao segundo andar e fui em direção ao grande quarto de Henrique. Ele estava na sacada, sentado em uma cadeira de madeira com estofado branco olhando para o horizonte, estava quase anoitecendo.
–Tudo bem? –Digo cautelosamente.
–Mais ou menos. Sente-se preciso te contar uma coisa.
Me sentei na cadeira idêntica a sua ao lado silenciosamente. Eu estava com medo do que ele iria me dizer. Nesses segundo me passou tanta coisa pela cabeça do que poderia acontecer entre nós.
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Um amor além de flashes
RomansaDeterminada, sonhadora, irritante e dona total de si Helena viaja para Barcelona para estudar durante um mês com intensão de melhorar seu currículo e melhorar seu histórico profissional. O que ela não esperava era que ia melhorar também seu históric...