Capítulo 48

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Olá queridas leitoras,

Obrigada por cada voto e comentário, leio todos e fico dando pulinhos de tanta alegria.

Essa história vai até o capítulo 52 e vão querer a parte 2? Aproveitem e boa leitura.

*

Hoje faz exatamente um ano que eu vim para Barcelona pela primeira vez pensando em melhorar meu currículo e fazer uma viagem por conta própria e pelo menos começar minha vida adulta. Consegui tudo isso e de quebra veio um bônus: Henrique.

Olhando a chuva pela janela nesta tarde chuvosa, percebi pela primeira vez em minha vida como as coisas podem mudar em um ano. Eu já acabei a faculdade, eu não penso mais com frequência em minhas dores emocionais, eu me apaixonei de verdade, eu sofri de verdade e principalmente o que mudou fui eu. É estranho porque ultimamente eu penso mais no que vou dizer e posso até ter aprendido a olhar na tela do celular para ver quem está ligando, mas eu falho de vez em quando.

Olho para meu dedo direito onde há uma marca não bronzeada feita pelo sol onde a minha aliança estava. Eu queria que ela ainda estivesse ali e que nada do que aconteceu tivesse acontecido. Só daí eu me lembro das palavras de meu pai para a bebedeira que eu fiz: ''O que é um ser humano sem suas primeiras vezes?" Sim pai eu realmente descobri o amor pela primeira vez e acho que esse é o principal motivo para eu vir para Barcelona: Eu quero continuar com minha vida do ponto que eu acredito que ela mudou para valer e de um modo que eu me sinta confortável.

Quando falei para Henrique o motivo de eu ter vindo para Barcelona eu menti, eu não quis admitir de antemão que o real motivo era ele. Na verdade setenta por cento do motivo é ele e o resto dos trinta por cento é o que eu quero ser agora e o que eu quero me tornar para o resto da minha vida.

Durante a tarde toda mandei currículos para algumas editoras e jornais locais. A única vez que eu sai, claro que com o cuidado de ser o mínimo notável possível para os paparazzis, foi ir a embaixada para conseguir o visto provisório de estudante, já que meu visto temporário acaba em uma semana, então preciso agilizar isso para não ser deportada.

Disseram-me que meu visto valeria por dois anos, o tempo necessário para eu acabar minha pós-graduação e fiquei feliz que me disseram que eu poderia conseguir um emprego e teria todos os benefícios como uma cidadã comum do país.

Hoje estava fazendo dois graus no lindo fim de tarde e como o frio me pegou de surpresa, parece que um resfriado esta se instalando em mim e meu chocolate quente não ganha de ninguém. Martina chega tirando o gorro e o cachecol marrom e os deixando em cima do sofá.

- Quer uma xícara? Levanto minha caneca.

-Tenho uma coisa importante para falar.- Ela fala em voz baixa. Parece cabisbaixa.

-Fala logo está me deixando agoniada.- Largo minha caneca na mesa.

-Fui contratada como assistente do editor chefe. -Ela explode de alegria.

-Ah meu Deus sério? Não brinca.- Grito junto com ela.

-Imagina uma coisa dessas? Começo no cargo amanha.- Nos abraçamos. Ela merece mais que todo mundo esse cargo.- Agora tenho outra noticia. -De novo ela faz mistério.

-Para com esse pause me dá nos nervos. -Retruco.

-A editora de moda da revista foi para Madri então há uma vaga sobrando.- Ela me olha de cantinho.- Eu sei que alguém que poderia ocupar o cargo só não estou lembrada quem. -Ela coloca o dedo no queixo e olha para cima.

-Jura? Esta falando sério? Por que eu mandei currículo para o jornal faz umas duas horas atrás. -Olho perplexa para ela.

-E a sua amiguinha linda aqui já disse para o diretor que uma amiga minha poderia fazer uma entrevista quando o cargo tiver a disposição.

Um amor além de flashesOnde histórias criam vida. Descubra agora