Livro 2 - Capítulo 35

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Acordo depois de mais um cochilo nas alturas. Como o comandante havia avisado dentro de vinte minutos estaremos pousando em solo espanhol mais uma vez. Perscruto sonolentamente para a janela vendo nuvens e mais nuvens.

Minha mãe rejeitou o convite de vir com a gente no mesmo vôo, ela e Gustavo – que estará de férias, chegam daqui a uma semana junto com o Dr. Nilton e sua esposa cujo tudo pago por Henrique sem a menor cerimônia. Sinto um desconforto com o cinto de segurança que apertava minha bexiga e fiquei aliviada quando enfim eu o desafivelei.

Eu e Henrique conversamos mas ainda não tivemos "a conversa". Há quase dois dias eu não acreditava que ele estava atravessando minha rua para vir ao meu encontro e por fim descobrir que eu estava grávida mas aqui, agora com ele segurando minha mão como namorados adolescentes tudo havia melhorado.

– Sr. Belmontt a área de desembarque de estrangeiros solicita a presença dos senhores. – O comandante anuncia formalmente após descermos as escadas do jatinho de Henrique.

Fomos em direção ao guichês não muito cheios de pessoas.

– O que houve? – Pergunta Henrique arrogantemente e reviro os olhos para as coisas que nunca mudam.

– O visto da Srta. Venturini vence daqui a três meses. – A moça explica sem graça.

Gelo na hora e um arrepio se passou em minha espinha.

– A Srta. deveria ter entregue um formulário que as universidades disponibiliza para ser entregue ao consulado, como não houve presença deste formulário o visto encurta para o prazo de quatro meses, sendo assim ele se iniciado no mês passado e perdendo o visto de estudante.

–Muito obrigada pela informação, cuidaremos disso.

Henrique me puxa pelo aeroporto que paravam para fotografa-lo e eu odiava ser puxada. Olho para seu rosto que esta com o maxilar serrado, garanto que quando ele parasse de flexioná-los seus dentes doeriam.

Entramos na Ferrari vermelha que já nos esperava e Henrique arranca ainda sem me olhar como se eu não estivesse ali.

– Mais um problema. – Murmuro não esperando a resposta.

– Eu queria estar acostumado mas eu ainda não estou. – Sorri irônico.

Ele coloca o celular no console do painel e disca um número.

– Fala Henrique, qual é o problema dessa vez? – A voz de Alan enche os altos falantes do carro de luxo.

– O visto da Helena expira em três meses. – Alan solta um longo suspiro.

– Te encontro na sua casa. – E a ligação termina ali.

Como já tinha conhecimento havia fotógrafos na frente da casa, estacionamos e o carro de Alan já dizia que o próprio já se encontrava presente.

Sento no sofá completamente cansada, alisando minha barriga que parecia maior a cada dia.

– Parabéns pelos filhos Helena. – Diz me abraçando.

– Obrigada Alan.

– Imagina três Henriques Junior só trazendo problemas para mim? – Sorrio. – Com um só eu já fico pirado. – Caio na gargalhada e Henrique revira os olhos.

– O que podemos fazer Alan? – Henrique começa e meu sorriso se desfaz. – Não posso colocar ela em um avião com cinco meses de gravidez de risco.

Olho desapontada para Henrique, o porquê do desapontamento eu não sabia.

– Seu visto aqui é de trabalho Henrique e a lei daqui não é a mesma do que no Brasil.

Um amor além de flashesOnde histórias criam vida. Descubra agora