Passei quase toda a madrugada em claro junto com Henrique, Yasmin e alguns familiares dela. Já me sentia cansada dessa rotina.
Faz cinco dias que estou indo e vindo ao hospital para prestar ajuda. Elaine Souza, mãe de Yasmin estava sofrendo demais com o abandono do marido e não aceitava a separação deles por isso bebia quase vinte e quatro horas por dia enquanto a filha estudava e viajava. A situação é pior do que eu pensava sobre a saúde dela. Olho no meu novo relógio e vejo que já está na hora do meu "turno". Como o pé de Alice ainda está fraturado, prontifiquei-me a ajudar Yasmin, para que ela pudesse descansar e Henrique resolver as coisas de sua vida.
Estaciono no que agora parece a vaga exclusiva dos carros dos Belmontt e saio com um segurança a trás de mim. Ah claro, o brutamonte que fica na minha cola agora.
Por causa dos excessos que a família estava tento, Henrique fez questão que cada um a sua volta ficasse com um segurança, o que por um lado é bom porque parece que paparazzi tem medos de seguranças principalmente os fortes.
– Oi. – Digo a Henrique depois que ele termina uma chamada. Olho para ele o admirando. Nem parece que ele saiu de casa a quatro horas a trás.
– Oi, que bom te ver de novo. – Ele segura cada lado do meu rosto e me da um beijo. – Alan está aqui, vou busca-lo no aeroporto. Volto em duas horas. – Assenti com a cabeça e varro o local procurando a mãe de Henrique. Quando é o meu turno ela sempre ficava ali comigo.
– Ela está atrasada.
– Eu vou ficar aqui sozinha. – Falo um pouco exasperada.
– Calma, ela não vai demorar. – Minha expressão cai totalmente. Ele levanta meu rosto. – Você é a pessoa mais incrível do mundo, obrigado por tudo o que você está fazendo por mim. – Coloco minha mão por cima da dele que ainda está em meu rosto.
– Eu sei que você faria o mesmo por mim. – Sorrio.
– Eu faria muito mais. – Ele me da um beijo nos lábios e depois na testa e sai.
Fiquei para ali por um estante sem saber ao certo o que fazer. Coloquei minha bolsa na minha cadeira habitual, e sim, eu já estipulei uma cadeira para mim.
– Helena? – Escutar essa voz me fez sentir estranha. Eu nunca tinha escutado ela me chamar antes. Na verdade, neste cinco dias ela nunca me dirigia a palavra. Olho para ela intrigada.
– Olá Yasmin, quer alguma coisa? – Me odiava me pegando falar assim, tão vulnerável. Ela me da um breve sorriso e gesticula com as mãos para que eu me sentasse ao seu lado. Sem pensar fiz o que ela pediu.
– Como está sua mãe hoje? – Após alguns segundos de silencio decido quebrá-lo.
– Esta na mesma. Parece que ela não tem reagido aos medicamentos. – Sua voz era fraca porém firme. Num tom claro e limpo de se entender.
– Já fez curso de oratória? – Ela me olhou como se eu fosse uma louca e deu um sorriso cansado.
– Sim e como você sabe? – Yasmin parece confusa com minha pergunta.
– Você fala tão bem e com clareza. – Explico o porquê da minha pergunta sem nexo.
Mais segundos em silencio.
– Você gosta dele. – Ela começa.
– Isso não foi uma pergunta. – Retruco.
– Não, não foi. Está escrito na sua cara em tinta neon. – Ela me olha e depois volta a encarar a parede a nossa frente.
– Eu amo ele. – Minha voz soou firme demais.
– É, eu sei. – Fiquei calada.
Minha mudez falava por mim. Ela seria como uma concorrente para mim, eu via ela desse jeito. Dois dos únicos familiares dela que estavam ali saíram.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um amor além de flashes
Roman d'amourDeterminada, sonhadora, irritante e dona total de si Helena viaja para Barcelona para estudar durante um mês com intensão de melhorar seu currículo e melhorar seu histórico profissional. O que ela não esperava era que ia melhorar também seu históric...