Livro 2 - Capítulo 11

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Henrique

Entro com a mão nas costas de Helena no consultório da Dra. Luma. As duas simplesmente trocam um simples cumprimento por ambas não entenderem o idioma uma da outra.

A doutora começou fazendo as perguntas básicas para eu poder traduzir a Helena.

– Como se sente hoje? E as dores de cabeça? – Me volto a Helena

– Estou me sentindo ótima e não estou sentindo dor agora. É só quando fico observando algo por muito tempo. – Passo as informações a doutora que repuxa um sorriso no canto da boca. Ela me da mais perguntas.

– Os remédios fazem efeito na hora? E ela perguntou se está tomando na hora certa e eu já respondi que sim. – Helena abre um pequeno sorriso.

– Os remédios fazem efeito. Mas a dor é só no momento. É como um beliscão: você sente na hora. – Rio com sua explicação e passo para a doutora que ri também.

– A dores de cabeça pode ser um sinal do corpo reconhecendo o objeto, paisagem ou qualquer outra coisa. – A doutora me explica e abro um sorriso.

– Então ela logo logo terá suas memórias de volta? – Olho para Helena esperançoso e me volto a doutora.

– Sr. Belmontt não é assim que o cérebro funciona.

– Mas eu vi como ela toca nas coisas, alguma coisa dela se lembra. – Lembro dela tocando o espelho que eu tinha socado quando brigamos.

– O que acontece nesses casos é que o cérebro não esta ligado ao corpo. Pode ser que o corpo reconheça mas nem sempre mente e corpo andam de mãos dadas. É relativo de pessoa para pessoa. – Passo a mão nos cabelos olhando para Helena que parecia imersa em pensamentos e totalmente perdida por causa da minha conversa com a doutora que me da mais algumas tarefas de memórias e recomendações para passar a ela.

– Vamos? – Seus olhos correm até os meus.

– Já? Pensei que iam tricotar de tanto conversar. – Impossível não sorrir quando estou ao lado dela. Despedimo-nos da doutora que me recomendou mais coisas como alguns remédios para dar a Helena. – O que ela disse?

– A doutora disse que suas dores de cabeça pode ser sua mente tentando lembrar o que está ofuscado. – Ela faz uma careta de quem não entendeu. – É como o sol querendo aparecer mas tem um monte de nuvens impedindo. Seu cérebro tem uma nuvem muito pesada que não a deixa lembrar. E também comentou que sua mente não corresponde ao corpo.

– Isso quer dizer que meu corpo lembra e a mente não?

– Isso ai. Loucura total. – Sua risada invadiu o carro e fez com que ficasse melhor do que a musica que tocava. – Pronta para ir ao incrível mercado? – Ela ri mais uma vez confirmando.

Helena

Não tiro os olhos da janela. Eu gosto daqui e essa cidade é incrivelmente linda. Alice me levou a vários lugares lindos como um programa de "reabilitação da memória" e percebi que éramos muito amigas.

Foi estranho ao acordar há uma semana e ver que minha vida andou três anos pra frente e que cinquenta por cento dos meus planos deram certo. Eu não consigo enfiar na cabeça por que o resto da porcentagem não deu certo.

– É difícil acreditar que nunca fomos ao mercado antes. – Olho para ele e volto para a janela com um sorriso de deboche nos lábios.

– Você saberá por que isso nunca aconteceu antes. – Henrique está com um humor melhor hoje já que o Barcelona perdeu uma partida há dois dias.

Um amor além de flashesOnde histórias criam vida. Descubra agora