Livro 2 - Capítulo 40

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Olho mais uma vez a entrada da casa cor de pêssego de Barcelona. Eu ia sentir uma falta imensa daqui e faria muita falta. Brigas, reconciliações, beijos, sexo e uma nova etapa da minha aconteceram aqui e agora eu moraria a mais de seiscentos quilômetros daqui, o que não é muito mas mesmo assim é longe.

–Eu gosto daqui. – Falo entrando no único carro que sobrou, o R8.

Henrique vendeu todos os outros carros inclusive a Lamborghini a minha preferida. No inicio estranhei e me senti culpada por ele ter vendidos todos pois tem só dois lugares em todos já que seriamos cinco daqui pra frente mas ele me explicou que ele precisava “girar” o mercado e fazer com que os carros não desvalorizem.

Fomos ao aeroporto, pelo que me parecia a ultima vez. Deixar Barcelona estava nos planos pois Henrique se apresentaria daqui a dois dias para o primeiro treino no novo time. Observo o inicio de tarde da Barcelona ensolarada, sua arquitetura rica e as pessoas como se fossem formiguinhas andando de um lado para o outro.

Duas horas depois do vôo que passou muito rápido por causa da conversa que eu e Henrique estávamos tendo mais uma vez sobre a casa nova. Meu chá de bebe vai acontecer o terraço do apartamento mesmo, o que é bom e privado já que convidei somente as mulheres mais próximas a mim.

Alice como sempre se prontificou a fazer a decoração, que pelas fotos ela havia me mandado já estava quase tudo pronto no terraço fechado por vidros com vista para o centro de Madri.

Pegamos o elevador para a cobertura do prédio antigo mas muito requintado e pus meus braços na cintura do meu noivo lindo.

–O que foi amor? – Pergunta beijando meu cabelo.

–Não venda a casa de Barcelona.

–Eu estava pensando a mesma coisa. – Ele sorri. – Acho que vou mantê-la.

Sorrio e o estalo da porta indicando que chegamos ao nosso destino se pronunciou. Abrimos a única porta do corredor que deu direto em uma sala muito ampla, onde não conseguia enxergar onde ficava o corredor para os quartos. Fiquei admirada com os moveis um pouco antigos dando um ar rústico ao apartamento com paredes bege, estantes marrons e sofás creme com detalhes em dourado.

–Nosso quarto fica no andar de cima. – Anuncia. – E nossas coisas ainda não chegaram.

Olho com certo incomodo o lugar estranho que seria minha casa pelos próximos três meses, o lugar era lindo isso eu não posso negar mas sinto que ainda não é o meu lar.

*

Havia se passado uma sema a desde que estou no apartamento novo, ainda é estranho morar aqui mas estou me acostumando. Henrique até preparou um escritório para mim junto ao seu, que agora tinha duas mesas uma do lado da outra para que eu pudesse trabalhar – Com moderação é claro, enquanto ele ia treinar no Real Madri.

Seus inícios de trabalhos há quase uma semana o deixaram quase sempre indisponível. Sempre tinha sessão de fotos, autógrafos, desfile de apresentação da nova camisa e ainda por cima inicio dos campeonatos.

Ontem mesmo ele perdeu mais um ultrassom, segundo na verdade. Eu queria muito que ele fosse para escutar as pequenas batidas dos corações de nossos filhos já que ele fez isso apenas duas vezes.

Dr. Nilton nos deixou há dois dias, alegando que eu estava em boas mãos com a Dr. Silvia minha médica desde que acordei de meu acidente. Ela já estava a par do que aconteceu e do que acontece com minha gravidez e infelizmente o “parteiro” de minha mãe não realizara mais um parto na família.

Termino de corrigir mais um texto e mando para a Vogue junto com um e-mail destinado a Norma Lanst relembrando-a que meu chá de bebe será amanhã. Sinto mais uma pressão em minha barriga, dessa vez mais embaixo e meus filhos me lembram que esta na hora de mais um remédio.

Um amor além de flashesOnde histórias criam vida. Descubra agora