Livro 2 - Capítulo 34

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Momentos antes...

Inclino minha cabeça e encaro a revista com a cena da casa alugada em Barcelona onde Henrique me olha com paixão. Sinto um aperto pela saudade que estou do meu homem de olhos verdes que tanto estou sentindo falta.

Zapeando a programação na TV e vejo a cena de um sonho de creme sendo cortado ao meio e na hora meu desejo por um sonho se acendeu dentro de mim.

– Surpresinhas porque vocês fazem isso com a mamãe? – Falo mais uma vez com meus filhos.

Zapeio por mais alguns canais e o assunto do momento é porque a seleção brasileira ter perdido por um placar tão feio e culpado Henrique como se ele fosse um só em uma seleção com mais de vinte jogadores, comissão técnica e diretoria. Gente ridícula!

Percebo que não vou conseguir enganar minhas surpresinhas e coloco meu casaco grande de sair para que ninguém fique especulando minha gravidez, meu gorro inseparável já que ultimamente estou mais com frio do que meu habitual.

Chego ao padaria e vou direto na parte dos doces, encontrando meu tão ansiado sonho de creme, peço duas já de cara.

– E as caminhadas? – Tomo um susto pela voz perto de meu ouvido.

– Que susto. – Coloco a mão no peito com o coração acelerado. – Olá Jonathan.

A moça me entrega os sonhos enrolados no papel e me entrega de boca aberta olhando para Jonathan. Reviro meus olhos e deixei o pacote cair o chão pela forte tontura que me deu.

– Ei ei calma. – Diz Jonathan me segurando pelo braço.

– Estou bem, já está passando. – Digo.

– Você não está nada bem, está branca como um papel. – Fala alterado.

Ele pega o os sonhos que estavam no chão e segue comigo até o caixa onde eu pago pelos doces.

– Você está doente? – Pergunta me entregando a sacolinha.

– Não. – Respondo simplesmente.

– Então o que foi aquilo? – Aponta para a padaria a nossas costas.

– Um mal estar? – Respondo com uma pergunta tentando com que resolvesse o assunto.

– Eu nunca vi você abatida desse jeito, você sempre é tão enérgica e hiperativa...

– Estou grávida. – Eu o corto e ele se afoga em suas palavras. – Tudo bem? – Minha vez de inspeção.

– Uma doença talvez, ou uma virose das grandes mas grávida?

– Sabe Jonathan não preciso de mais uma pessoa inconformada do meu lado. – Enrubesço e saio caminhando apressada.

– Espera, desculpe. Quem mais está inconformado? – Perscruta.

– Minha mãe. – Respondo rápido e caminhando apressada.

– E ele? – Paro em frente ao meu prédio e encolho dentro do casaco.

– Eu não contei. – Minha resposta falha junto com minha voz. – Ainda vou contar.

– Ele já deveria saber. – Sério mesmo?

– Eu sei disso.

– Então?

– Eu sempre acabo estragando as coisas e preferi prolongar apenas a hora de contar.

– Isso se chama imaturidade Helena.

– Chame isso de como quiser e achei que assim foi melhor. – Dou de ombros. –Eu sei que errei ok? Só espero ter a chance de não estragar mais do que esta ruim.

Um amor além de flashesOnde histórias criam vida. Descubra agora