Capitulo 40

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NICOLE: Eu deveria ter... feito alguma coisa, qualquer coisa.


Matt balança a cabeça.


MATT: Você poderia ter se machucado ou piorado as coisas. Além disso, não foi culpa sua, de forma alguma. Não precisa se desculpar. Você foi pega de surpresa, como todos nós. Aliás, falando nisso, você está bem?


Ele olha para mim com um olhar preocupado.


NICOLE: Sim, sim, eu estou bem. E, como você disse, são historias para contar a vida toda.


Eu examino o seu rosto, um pouco pálido e ainda angustiado, e seus olhos, que revelam o quão cansado ele está.

Ele fecha os olhos, como se tentasse disfarçar o cansaço.


MATT: Eu nem desmaiei, acho que não foi tão assustador assim.

NICOLE: Você teve medo?

MATT: Por mim, não. Sei lá, sabe...


Eu sinto meu coração apertado... Talvez porque ele esteja falando sobre a vida em um tom desinteressado.


MATT: Mas tive medo por você, testemunhando tanta violência.

NICOLE: Felizmente, tudo acabou!


Eu tento forçar um sorriso.


NICOLE: Ryan disse que vamos levar você até a diabetologia. Mas por enquanto, vou levar você até a sua cama. Garanto que será bem melhor do que ficar aqui no chão.


Eu me aproximo dele e o seguro por debaixo dos braços, para ajudá-lo a levantar. Antes que eu diga qualquer coisa, ele coloca o braço atrás do meu pescoço, para se apoiar.

Ele inclina um pouco a cabeça, e se apoia no meu ombro para tentar levantar. Matt vira levemente o rosto e o apoia na cavidade do meu ombro.


MATT: Eu acho que, sabe... não estou me sentindo muito bem.


Sua voz está fraca. Sem hesitar, eu jogo meus braços ao redor dele. Uma das minhas mãos o segura pela parte de trás da cabeça, meus dedos deslizam entre seus cabelos castanhos.


NICOLE: Os últimos dias foram difíceis para você, e você já estava mal porque parou de tomar a sua insulina... Então, eu acho que é normal. Você precisará de um tempo até que esteja em forma novamente.


Matt sussurra no meu ouvido.


MATT: Espero que sim.


Ele não se move.


MATT: Enquanto isso... Podemos ficar assim um pouco, por favor?

NICOLE: Sim, claro.


Eu continuo acariciando os seus cabelos lentamente. Me sinto um pouco confusa, tenho a sensação de que ele é uma pessoa única, com um coração enorme e muitas outras qualidades. Uma raridade.

É a primeira vez na vida que tenho essa sensação. No momento em que vi Matt deitado na maca, chegando à unidade de reanimação, quando ele foi trazido ao hospital...

Eu senti que seria capaz de fazer qualquer coisa por ele. Sei lá. Foi como se ele fosse um tipo de mágico ou ilusionista, e eu tivesse sido hipnotizada por ele, presa em seus olhos.

Ele está me abraçando e eu sinto um desejo, quase mais forte do que eu... de nunca deixá-lo sozinho, dizer a ele que tudo vai ficar bem, que eu estou aqui... e sempre estarei.

Seus cabelos fazem cocegas no meu pescoço, logo acima da minha blusa. Sua mão desliza pelo tecido da minha roupa, sinto que ele está esgotado, mas mais tranquilo.

Sua respiração está leve e regular, eu sinto contra o meu peito. De repente, sinto que o meu rosto fica um pouco vermelho, aqui com ele, e que borboletas estão surgindo no meu estomago, como se fosse um sinal de alerta.

Amor nas UrgênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora