Capitulo 93

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Marco está agitado e chorando, ele segue ao lado da cama em que seu pai se encontra. O homem está intubado, inconsciente. Ele tem sangue seco ao redor da boca.


NICOLE: Marco!

MARCO: Faça alguma coisa!


Sua voz se torna histérica.


RYAN: Marco, acalme-se.


Ryan se aproxima de Marco. Ele põe a mão em seu braço, que está tremendo de desespero.


RYAN: Fique calmo, nós vamos cuidar dele.


Marco balança o braço violentamente, com raiva.


MARCO: Como você pode me dizer para ficar calmo, meu pai está morrendo! Eu já perdi a minha mãe! Isso não pode estar acontecendo!


Sua voz continua aumentando.


MARCO: Faça alguma coisa, droga!


Eu não sei o que fazer... Ryan dá um passo para trás. O médico do pronto socorro acena para ele.

Marco chora de soluçar e isso machuca o meu coração. Não sei ao certo o que vai acontecer agora.

Marco está grudado na cama do pai. Ryan tenta falar com ele novamente.


RYAN: Marco, você precisa nos deixar fazer o nosso trabalho. Eu entendo que você está muito preocupado, e nós faremos tudo para salvar o seu pai, mas para isso, você precisa se acalmar.

MARCO: Você não entende, você não sabe como é! Se eu perder ambos os meus pais na mesma semana, eu... eu...


Me pergunto como Ryan vai reagir a isso...

Ryan abre um sorriso triste.


RYAN: É verdade, eu não sei como é perder ambos os pais aos dezasseis anos. Mas imagino que deve ser horrível. É por isso que você precisa nos deixar ajudar o seu pai o mais rápido possível... Para que ele tenha as melhores chances de continuar vivo.


Marco parece ouvi-lo, mas imediatamente depois disso ele fica inquieta novamente. Ryan se vira para mim e fala em voz baixa...


RYAN: Eu gostaria que você fosse com ele até a sala de espera. Eu preciso cuidar do pai com urgência. Se isso não funcionar e ele não se acalmar, não hesite em ligar para a segurança. Você também pode ligar para a enfermeira psiquiátrica no pronto socorro.

MARCO: Porque você está cochichando assim? Você está dizendo que o meu pai vai morrer?


Ele fica desesperado novamente. Eu não sei como lidar com isso.

A enfermeira volta correndo, com um segurança. O oficial segura o braço de Marco, sem força-lo. Marco tira o braço, se recusando a ser ajudado ou consolado.

Coitadinho, não podemos deixar ele se encrencar!

A enfermeira, que estava no quarto onde o pai de Marco foi admitido aparece perto de nós com o rosto sério.


ENFERMEIRA: Doutor Ryan! Venha, rápido!


Ryan se vira para mim.


RYAN: Nós precisamos cuidar do pai dele ou isso terminará muito mal. Sinto muito deixá-lo aqui, mas não podemos esperar mais. Eu deixarei você com o oficial. Espero que não tenhamos que sedá-lo também. Veja se há mais pessoas da família que podem ser contactadas.

NICOLE: Ok, eu cuidarei disso. Espero que ele me escute.

RYAN: Eu confio em você.


Eu concordo, incentivada pela confiança dele.


NICOLE: Cuide do pai dele, não importa como.

RYAN: Eu farei o possível...


O olhar que ele me dá antes de entrar no quarto é de incerteza. Já faz um tempo desde que a sua ansiedade com o paciente aumentou.

Amor nas UrgênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora