Capitulo 42

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NICOLE: Quanto ao Matt Ortega, o paciente que estava connosco, acho que seria bom que alguém fizesse um acompanhamento.

CAROLINE: O paciente com cetoacidose diabética? Nós o levamos para a Diabetologia, a mãe dele o acompanhou. E eu mandarei um psicólogo para lá!

NICOLE: Tudo bem, então.


Prefiro não dar detalhes sobre o que sei sobre Matt, se ele não quiser contar, é um direito dele. Ele confiou em mim quando contou que tentou cometer suicídio.


NICOLE: O que Sam fez connosco tem tudo para causar consequências graves em um paciente naquele estado.


Ryan concorda comigo.


RYAN: É o procedimento padrão.

CAROLINE: Certamente!


Um pouco depois, durante as visitas aos pacientes, Ryan e eu voltamos até o quarto onde o irmão de Sam está internado, ainda na mesma condição.


NICOLE: O que você acha que vai acontecer com o Sam?

RYAN: Ele será julgado e condenado, tomada de reféns não é um crime qualquer. Além disso, o policial disse que ele já era procurado por vários crimes. Além das drogas, o irmão dele matou uma pessoa.

NICOLE: Que família! Embora o carinho entre irmãos era visível... Fico feliz que nenhum deles causará qualquer problema agora! Dois bandidos a menos na rua. As pessoas vão dormir mais tranquilas esta noite.

RYAN: Melhor ainda, nós saímos ilesos. Especialmente porque amanhã estaremos de plantão, precisamos de um bom descanso. Nicole? Quer beber alguma coisa depois do expediente?

NICOLE: Claro, boa ideia!


Fiquei muito feliz com o convite!

Meus olhos são atraídos por alguns papeis no chão.


NICOLE: Ryan? O que é aquilo?


Eu me abaixo e pego duas folhas de papel, presas em um clipe. Elas estavam no canto, escondidas metade debaixo de um armário.

Ryan debruça sobre o meu ombro.


RYAN: É uma carta?


Eu franzo a testa.


NICOLE: Veja o nome. É o irmão do Sam, não é?

RYAN: Realmente, foi o nome que nos passaram. O que está escrito?


Eu passo os olhos pela carta rapidamente, e arregalo os meus olhos de surpresa.


NICOLE: Ele diz na carta que não quer ser ressuscitado ou mantido vivo por maquinas, caso alguma coisa aconteça com ele. E ele diz que quer ser doador de órgãos!

RYAN: Entendo...

NICOLE: Mas o que isso estava fazendo aqui, no chão?

RYAN: Será que caiu das mãos de Sam, quando Jake bateu nele? Eles estavam mais ou menos naquele lugar.

NICOLE: Então, Sam leu isso? E mesmo assim, ele queria salvá-lo desesperadamente.

RYAN: Em alguns casos, os parentes são incapazes de deixar os entes queridos partirem. Mesmo que seja o desejo da pessoa. Ele deve ter escondido a carta para que ninguém descobrisse... Porque a vontade do irmão era contra a dele...


Eu olho em direcção ao membro da gangue que continua em estado de coma.


NICOLE: Isso muda alguma coisa?

RYAN: Quando o efeito dos sedativos acabar, não faremos mais nada. Não há nada que possamos fazer, apesar de Sam. Vamos acabar declarando morte cerebral, e faremos testes para saber se os órgãos estão funcionando correctamente, para doar e salvar várias vidas.


Eu me aproximo da cama.


NICOLE: É incrível como um criminoso como ele possa ser capaz de algo assim... Você acabou de dizer que ele matou uma pessoa... E agora, praticamente morto, ele salva várias outras pessoas.

RYAN: A vida é estranha mesmo, realmente.

Amor nas UrgênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora