Amor nas Urgências

Capitulo 92

           

Eu levanto a minha cabeça, mesmo ainda tremendo um pouco, aflita com a situação complicada.

Espero que o resto da minha residência corra bem. Eu não quero que o meu estágio seja interrompido. É importante demais para mim.

A noite chegou... A unidade está vazia novamente.

As luzes estão baixas, os corredores são mais escuros e o silencio reina no local... Isso sempre me faz sentir estranha... Como se fossemos os últimos sobreviventes de um apocalipse.

Eu não consigo evitar um bocejo. Ryan senta ao meu lado com um copo na mão.

RYAN: Você quer um pouco de chá?

NICOLE: Não, obrigada.

RYAN: Tem certeza? Vai ajudar você.

NICOLE: Acho que eu prefiro uma grande xícara de café forte, para me manter acordada.

Ryan toma um gole do seu chá, depois olha para mim por cima do copo.

RYAN: Você pode dormir um pouco, se quiser. Tudo está tranquilo.

Eu seguro outro bocejo.

RYAN: Preciso terminar a papelada, tenho que ficar aqui mais um tempo. Mas depois, também me vou deitar um pouco. Pelo menos enquanto tudo estiver calmo.

Ele toma outro gole de chá.

RYAN: Enfim, você sabe como funciona. A enfermeira nos chamará se houver alguma admissão.

NICOLE: Mas... Você não quer que eu fique aqui enquanto você cuida da papelada? Isso não ajudará você a ficar acordado mais um pouco?

RYAN: Está tudo bem, não se preocupe comigo. Eu estou acostumado! Então, deite um pouco na sala de descanso, ela está vazia. Nós chamaremos se precisarmos de você.

Ele sorri para mim e eu me levanto da cadeira, me sentindo um pouco sonolenta.

RYAN: Descanse um pouco.

NICOLE: Obrigada, tomara que eu consiga recuperar as minhas energias.

Já está tarde, está escuro, com todas as lâmpadas apagadas. Acordando lentamente de um óptimo cochilo, eu ouço uma voz.

Que horas são, será? Eu abro os meus olhos rapidamente, e pego o meu telefone rapidamente ao lado da cama.

5:30 da manhã. Já está quase clareando o dia. Isso significa que foi uma noite calma aqui na unidade.

Me sentindo um pouco mais alerta, eu tento me concentrar nas vozes que ouço e o que está acontecendo ao redor.

Um raio de luz entra por debaixo da porta e eu vejo Ryan se espreguiçando. Ele dormiu na outra cama do quarto. Eu vejo a silhueta dele passando a mão no rosto e nos cabelos.

A porta se abre de repente e o quarto é iluminado. Ryan protege os olhos com um braço e eu faço o mesmo.

ENFERMEIRA: O pronto socorro está enviando um paciente Doutor Ryan! Eles acabaram de ligar, a vitima deve chegar a qualquer momento.

RYAN: Ok, estamos acordados.

Ele olha para mim e a enfermeira caminha na direcção oposta.

RYAN: Como você está? Pronta para encarar isso?

NICOLE: Sim, eu estou bem.

Eu começo a me esticar, levantando os meus braços acima da minha cabeça.

NICOLE: Isso é óptimo.

Alguns segundos depois já estamos em pé. Passamos pela porta e caminhamos pelo corredor até a UTI.

Eu olho novamente para o corredor e vejo alguém no pronto socorro chegando com uma cama. Meus olhos se arregalam de tristeza.

NICOLE: Ah, não...!

MARCO: Você precisa salvar meu pai! Vocês têm que salvar o meu pai!