Capitulo 13

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ENFERMEIRA: Parada cardíaca!

RYAN: Ah, não, não, não!


Tenho a sensação de que mil coisas estão acontecendo ao mesmo tempo. Apenas Matt, com os olhos fechados, e que parece não estar respirando, está distante do turbilhão de sentimentos ao seu redor.


ENFERMEIRA: Vou abrir as roupas dele, doutor!

RYAN: Nicole, comece uma massagem cardíaca!

NICOLE: Hm... ok!


Eu coloco minhas mãos em seu peito nu, entre os eléctrodos, e começo a contar... enquanto a enfermeira se prepara para dar o choque em Matt.


MARK: Doutor Ryan, eu ouvi... Você precisa de mim?

RYAN: Sim, Mark, dê uma injecção de adrenalina nele, por favor! Rápido!

MARK: Eu cuido disso.

RYAN: Eu vou intubá-lo.


Ele coloca rapidamente as luvas e uma mascara, enquanto me olha.


RYAN: Nicole, você está bem?


Tenho a sensação de que ele se faz a mesma pergunta. Apesar do clima de emergência, da tensão, eu decido responder com um tom meio descontraído.


NICOLE: É como se eu tivesse feito isso por toda a minha vida!

RYAN: Não é exactamente um começo tranquilo, eu sei. Mas aqui na ressuscitação... é assim mesmo.


Ele se posiciona atrás da cabeça de Matt, que ainda está inclinada para trás. Eu continuo pressionando seu peito ritmicamente, enquanto Ryan respira fundo.


RYAN: Certo, laringoscópio.

ENFERMEIRA: Aqui, doutor.

RYAN: Tubo de ventilação.

ENFERMEIRA: Aqui.

RYAN: Nicole, interrompa a massagem.


Eu obedeço imediatamente, então, ele desliza o tubo de ventilação pela traqueia de Matt.


RYAN: Pronto! Agora, vou me certificar de que tudo está pronto... Enfermeira, conecte o respirador.

ENFERMEIRA: Pronto, doutor.

RYAN: Ah! Ele está de volta. Obrigado a todos.

ENFERMEIRA: Muito bem, doutor.


Eu respiro fundo, aliviada. Conseguimos cuidar de tudo e salvar o Matt.


RYAN: Mark, você pode sedá-lo e finalizar o procedimento? Enfermeira, examine tudo novamente, nível de açúcar e exame de sangue completo.

ENFERMEIRA: Pode deixar!

NICOLE: Posso fazer alguma coisa?

RYAN: Vamos colocar um tubo central sob a clavícula dele. Agora que ele está estável, cuide da insulina, bicarbonato e soro.

NICOLE: Isso fará com que os medicamentos actuem mais rapidamente.

RYAN: Sim. Mark, quando você terminar, passe o material para nós.

MARK: Certo, só faltam os tubos e estaremos prontos, doutor.


Eu olho para o peito de Matt, subindo e descendo no ritmo do respirador, movendo os eléctrodos para cima e para baixo.


NICOLE: Como ele chegou a esse estado?

RYAN: Ou ele não sabia que era diabético, porque sua condição piorou recentemente, e ele só descobrirá a sua condição agora... Ou ele não quis ou não conseguiu tomar as injecções de insulina por uns dois ou três dias.

NICOLE: Mas, como assim? Um diabético sabe que precisa de insulina para viver, certo?

RYAN: Saberemos mais quando ele acordar e conversar connosco. Ás vezes, vocês sabe... As pessoas fazem coisas que vão contra o senso comum. Nem sempre é fácil entender o que um jovem diabético passa todos os dias.

NICOLE: Porquê?

RYAN: Existem inúmeras restrições, então...


Ele olha para mim.


RYAN: Nós o manteremos sedados por vinte e quatro horas, e ele deve recuperar a consciência em um dia ou dois, no máximo.


De repente, volto a pensar no «não»... eu tenho quase a certeza que foi isso que o Matt disse. Será que ele... interrompeu o tratamento intencionalmente? Eu me assusto quando penso na possibilidade.

Amor nas UrgênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora