Capitulo 141

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Alguns minutos depois, ouvimos algumas batidas rápidas na porta, que se abre para revelar o rosto sorridente de Daryl.


DARYL: Olá!


Ai... seu olho roxo não passa despercebido... Felizmente, ele ainda parece estar de bom humor.


DARYL: Sohan me disse que vocês gostariam de falar comigo, e ele parecia um rato que acabara de ter escapado da ratoeira, assustado, inquieto. O que está acontecendo?


O escritório fica em silencio, nós observamos uns aos outros. A seriedade toma conta do ambiente pouco a pouco.


DARYL: Vocês estão com um olhar estranho. Houve algum problema?

NICOLE: Hm, bem...


Não sei direito como abordar o assunto sem acusá-lo diretamente... Felizmente, Ryan começa a falar e cai de cabeça no assunto.


RYAN: Terça feira, você me pediu para validar as suas prescrições para o pai do Marco, porque você havia sido chamado em algum outro lugar.

DARYL: Certo, e?

NICOLE: Você pode me dizer qual foi esse chamado, se não for particular?


Daryl ri, mas parece uma risada forçada, como se não se importasse.


DARYL: Uau, vocês estão parecendo investigadores de séries policiais!

NICOLE: Você pode nos dizer, por favor?

DARYL: Hmm, certo, deixe-me lembrar.


Ele apoia um ombro contra o batente da porta.


DARYL: Simon foi me chamar e disse que estavam precisando de mim com urgência, para verificar a condição de um paciente convulsivo. Então eu larguei tudo e fui até o quarto do paciente, no outro lado do corredor. Você não me disseram qual é o problema. E isso está me assustando, se me permitem dizer!


Ryan respira fundo e começa a explicação.


RYAN: Naquele dia, eu validei uma injeção de Kardegic para o pai do Marco.


Os olhos de Daryl se arregalam imediatamente.


DARYL: Kardegic para um paciente com cirrose?


Como esperado ele parece surpreso. Não pode ter sido ele a planear tudo isso, acho que isso é uma certeza.

O que nos deixa com uma opção bem menos agradável, pois se não foi ele...

Ryan recomeça, em um tom um pouco mecânico.


RYAN: Daryl, eu não conferi a sua prescrição antes de validá-la. O que eu validei foi o que você digitou no computador.

DARYL: Você está de brincadeira, Ryan! Eu nunca teria feito isso, é um absurdo! Mas que diabos, apenas pegue o meu diploma de medicina e jogue no lixo, mande-me de volta para a faculdade se eu não souber que nunca damos um anticoagulante a um paciente hemorrágico!


Eu o observo com atenção, enquanto ele continua olhando para Ryan.


DARYL: Não é brincadeira, é? Você realmente acredita no que está insinuando?


Eu me levanto e me aproximo de Daryl.


NICOLE: Ryan não parou de defender você, dizendo que você nunca cometeria esse erro.

DARYL: Pois é! Mas o que aconteceu, então?


Diante do silencio que toma conta do local, o rosto de Daryl muda. Desta vez, ele perde o seu sorriso característico...


DARYL: Vocês acham que eu faria isso de propósito? O que há de errado com vocês? Porque eu colocaria a vida do pai do Marco em perigo?


Ryan balança a cabeça, exausto.


RYAN: Nós não sabemos... Também não entendemos o que aconteceu... Estamos apenas tentando esclarecer as coisas...


Daryl se afasta do batente da porta. Ele fica em pé, na frente da porta, com o corpo reto e o punho cerrado.

Amor nas UrgênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora