Capitulo 114

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NICOLE: Eu vou ligar para os pais do Adam, e dizer que ele começou a mover os dedos sozinho.

RYAN: Boa ideia. Quando eles vieram, no final da manhã, ainda não era o caso.


Quero seguir à risca a promessa que fiz aos pais dele, avisá-los a cada novidade... E estou feliz por, finalmente, ter boas noticias para dar a eles.


RYAN: A propósito, Nicole... Não sei se é uma boa ideia pedir isso a você agora... Mas você quer fazer alguma coisa hoje à noite? Já que não estamos no turno da noite? Claro, se você estiver bem e disposta a se distrair um pouco...

NICOLE: Eu planeei visitar meu amigo Ma... um amigo.


Saindo do hospital, eu corro para a casa de Matt. Com um grande aperto no meu coração, e tudo o que eu precisava era de alguém que sabe me ouvir, que me entende.


NICOLE: Foi terrível, acredite em mim. Aquele pobre garoto, lutando contra as tragédias da vida! E ele só tem dezasseis anos... Ele se sentiu perdido, na beira do abismo, sem ter para onde ir ou a quem recorrer.

MATT: Eu imagino, deve ter sido horrível acompanhar tudo isso de perto.


Sua voz suave e consoladora me faz querer chorar e sorrir ao mesmo tempo. Eu trago meus joelhos até o meu queixo e abraço as minhas pernas.

Eu percebo que, involuntariamente, estou em uma posição que Matt costuma ficar. Como se Matt estivesse servindo como um espelho, para que eu consiga me recompor, como alguém que me entende e me vê como eu realmente sou.

E nunca faria um discurso de ódio contra um jovem rapaz perdido e não quer apenas fingir que está me ouvindo para me consolar... como a Lisa, pensando bem, teria feito.

Matt me escuta com atenção e depois coloca um braço em volta dos meus ombros e me puxa contra ele. Minha cabeça encosta em sua clavícula. Sou capaz de ouvir os seus batimentos cardíacos.

A batida rítmica e suave me acalma, ao mesmo tempo que me excita. Matt dá um beijo nos meus cabelos e me abraça.


MATT: Ele vai acordar em dois dias, certo? O adolescente?

NICOLE: Sim, e o Adam amanhã, provavelmente. E eu temo que alguma coisa dê errado... Mas ao mesmo tempo, tento estar confiante... Apesar de estar com medo... E feliz... Argh, como você pode, não estou sabendo lidar com tantas emoções!



Ele ri e balança o corpo para a frente e para trás. Por um estante, me sinto melhor. Mas logo a minha mente volta aos quartos da UTI.


NICOLE: E eu acho que estaremos concentrados no destino do pai do Marco, que está mais grave...


Eu suspiro.


NICOLE: Amanhã e depois de amanhã serão dias decisivos para a minha vida profissional.


E pessoal também, pois meu coração aperta sempre que lembro que Adam vai acordar.


MATT: Mas ainda não será amanhã, hoje, até o final da noite. Vamos deixar as preocupações longe daqui.


Ele pega a minha mão e dá um beijo.


MATT: Eu sugiro uma caminhada ao ar livre, para apreciar a noite linda e distrair a sua cabeça. Paris é, na minha opinião, mais bonita à noite do que durante o dia, quando as fachadas estão todas iluminadas.

NICOLE: É verdade, a cidade tem um certo charme.

MATT: E você consegue deixá-la ainda mais linda, seria uma passeio esplêndido.


Eu sorrio e olho para ele.


NICOLE: É você quem está dizendo!

Amor nas UrgênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora