Amor nas Urgências

Capitulo 145

           

Eu noto que o Matt ainda está sorrindo.

Eu fecho os meus olhos, tento limpar a minha mente e me concentro no rosto sorridente de Matt.

Ele é sempre tão reconfortante.

Matt então começa a contar alguns dos piores filmes de terror que já viu. Alguns tão ruins que chegam a ser engraçados.

Sou pega de surpresa e acabo rindo várias vezes, enquanto ele conta os absurdos das produções, com a sua voz empolgada e alguns dos cenários mais delirantes dos filmes de pseudo horror.

«Ligação ON»

MATT: Eu não sei o que você acha, mas pessoalmente, esse filme mereceria ganhar um Óscar!

«Ligação OFF»

Eu continuo rindo.

«Ligação ON»

NICOLE: Parece ser realmente irado! Vamos ter que assistir juntos algum dia, para que eu possa julgar por mim mesma!

MATT: Ah, mas agora você não será surpreendida com o final do filme! Foi um pouco de spoiler, mas o melhor do filme não se limita ao final, com o plot twist!

NICOLE: Sabia que isso diz muito sobre alguém, ficar até o final, mesmo se o filme for tao ruim assim.

MATT: Ah, eu assumo a culpa!

«Ligação ON»

Matt também ri.

Eu me deixo levar pela sua voz carinhosa. Eu abro os meus olhos. Quando volto à realidade, o mundo parece um pouco menos hostil.

Me sinto muito melhor.

«Ligação ON»

MATT: Você está bem, Nicole?

NICOLE: Sim, estou bem melhor, muito obrigada!

MATT: Você quer me dizer o que está acontecendo? Ou prefere não pensar mais sobre isso por enquanto?

NICOLE: Se você não ficar chateado, acho que é melhor eu voltar para a unidade. Podemos conversar mais tarde. Acho que também vou precisar de um pouco de conforto à noite, dependendo de como for o dia...

MATT: Você pode passar na minha casa, se for o caso. Farei o possível para animá-la de novo.

NICOLE: Obrigada, Matt, você é um anjo.

«Ligação OFF»

Terminamos a conversa com a sua risada doce e contagiante. É a única coisa que eu quero trazer comigo, para me ajudar a enfrentar o resto do dia.

Eu passo em frente à porta fechada do escritório do Ryan, sem parar para falar com ele. Darei a ele mais alguns minutos...

Em vez disso, vou até o quarto do Marco. Chego lá, porém, eu paro na porta. Daryl está aqui.

Mas ele me viu... Tarde demais para voltar... Espero que ele não tenha percebido a minha hesitação.

Eu realmente não acho que Daryl seja o culpado.

Eu forço um sorriso quando olho para Marco.

NICOLE: Olá, Marco, estou muito feliz em ver que você acordou!

Marco ainda está entubado e não consegue dizer nada. Ele olha para mim, sem expressão.

Daryl está ao lado da cama. Imagino que ele estava conversando com o Marco, explicando que o pai ainda está inconsciente...

DARYL: Ele está pronto para tirar o tubo. Vou iniciar o procedimento.

NICOLE: Ok, você quer ajuda?

DARYL: Eu vou tirar o tubo e teremos que esperar duas horas para garantir que ele possa respirar sozinho.

NICOLE: Sim, eu fiz isso com o Adam, o meu amigo que sofreu um acidente de carro.

DARYL: Ah, sim, isso mesmo.

Ele não está com o seu tom de voz habitual. No entanto, quando ele olha para Marco, volta a sorrir.