Capitulo 22

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NICOLE: Condição geral alterada, confusão mental, e acho que ela está piorando, Ryan. Suas palavras estão cada vez mais incoerentes. Eu acho que ela está ficando exausta, apesar da mascara de oxigénio, e a tosse dela não pára de jeito nenhum.

ENFERMEIRA: Ela ainda está com febre.

NICOLE: As equipas de pesquisa de antígenos e hemocultura chegarão logo?

ENFERMEIRA: Uma duas horas para a pesquisa de antígenos, um pouco mais para a hemocultura.

NICOLE: Não saberemos qual o tipo de bactéria por enquanto?


A enfermeira se inclina para mim e sussurra baixinho, para não distrair Ryan durante o processo.


ENFERMEIRA: Não, faremos suposições baseadas nos sintomas, histórico do paciente... E neste caso, já temos as suposições da equipa de emergência, que o Dr. Ryan irá confirmar.

RYAN: Ele não confia neles?

ENFERMEIRA: Não é isso, mas quando se trata de vidas humanas, temos que ter a certeza absoluta. Eu não sou médica, mas é uma das coisas que a minha experiência me ensinou.


Ryan examina o raio-X do tórax cuidadosamente, pensativo.


RYAN: Ambos os pulmões foram afectados, opacidade alveolar sistemática... E temos agua no pulmão. Enfermeira, nada nos arquivos em relação a uma possível alergia a antibióticos?

ENFERMEIRA: Não doutor, eu já verifiquei.

RYAN: Verifique novamente, só para ter certeza.

ENFERMEIRA: Eu já tenho certeza, mas tudo bem.

RYAN: Obrigado. Já conseguimos entrar em contacto com a família?

NICOLE: Eu deixei recados na caixa postal.

RYAN: Tente novamente.

NICOLE: Eles não vão ligar de volta? Após ouvir os meus recados...

RYAN: Tente novamente assim mesmo.


Enfermeira olha para mim e balança a cabeça discretamente, como se dissesse para eu não contrariar o Ryan.


NICOLE: Muito bem. Agora vamos continuar com um alto fluxo de oxigénio, correcto?

RYAN: Já demos o bastante, por enquanto. Precisamos sedá-la e intubá-la. Logo ela não conseguirá respirar sozinha, mesmo com a máscara de oxigénio. Já está muito difícil, como podemos ver. Você quer intubá-la?


Sua pergunta me pega de surpresa, eu não estava esperando por isso.


NICOLE: Claro!

RYAN: Perfeito, então prepare-se.

NICOLE: Certo.

RYAN: Lave as mãos e coloque as luvas.


Enquanto estou me preparando, Ryan se aproxima do paciente.


RYAN: Senhora, agora vamos coloca-la para descansar um pouco. Vamos colocar um tubo na sua garganta, para ajudá-la a respirar.


Eu não sei se ela está entendendo o que ele está dizendo, na condição dela, mas a voz dele é reconfortante.


ENFERMEIRA: Tudo ficará bem.


A voz da enfermeira parece confiante, mas não tenho tanta certeza quanto à paciente.


ENFERMEIRA: Sedação iniciada.


A intubação está indo bem, me sinto aliviada e orgulhosa de mim mesma... Quando o respirador desliza até a traqueia do paciente.

Depois, colocamos um dreno para tirar a agua do pulmão.


ENFERMEIRA: Doutor, posso preparar os antibióticos? Quais?

RYAN: Vamos esperar um pouco. Nicole, tente falar com a família. Precisamos saber se ela é alérgica a alguma coisa primeiro.

ENFERMEIRA: Doutor...

RYAN: Nicole, ligue para eles agora mesmo!


Sua voz está começando a ficar séria. Eu aceno com a cabeça para concordar.

Ryan olha novamente os resultados do exame de sangue, como se fosse revelar algo novo. A enfermeira olha para ele, depois vem em minha direcção e sussurra em um tom quase inaudível.


ENFERMEIRA: Depois de ligar para eles, se eles não atenderem, chame a doutora Cassidy no quarto 3.

NICOLE: Mas esse não é o procedimento...

Amor nas UrgênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora