VIVA, TENDO A CERTEZA DO QUE MAIS IMPORTA

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CAMILA UNDERWOOD:

Eu retirei a minha Glock dourada do cós da calça e segurei-a firme com as duas mãos. Bastante concentrada, junto do Bernard eu adentrei "as terras" de um fazendeiro chamado Homero.

Pelo o que descobri sobre ele foi que até ano passado era dono de uma fazendo bastante produtiva no norte, mas por ter se endividado até o pescoço resolveu vende-la e vir morar aqui em Jacksonville. E para que não "morresse" de fome, Homero junto da esposa compraram esse pedaço de terra e criaram um pomar, onde até então lucraram bastante.

Bernard e eu adentramos algo que parecia um galpão gigante abandonado em frente ao pomar. O lugar parecia ter sido varrido, talvez no começo de tudo. Havia poucos zumbis, eles no qual fizemos questão de executar.

Já dentro do pomar, Bernard e eu deslizavamos os olhos sobre toda a sua extensão, e felizmente intocada.

Eu mal pude acreditar no que via. O lugar é lindo.

Parece um jardim gigante com árvores e frutas para todos os lados. É como se fosse o Jardim do Éden, aquele no qual a Bíblia cita e os cristãos não deixam de mencionar.

Abaixei a minha arma lentamente tendo certeza de que não havia zumbis por ali.

- É um lindo pomar na cidade grande.. - Comentou Bernard.

Ele saiu do meu lado e começou a caminhar com certo cuidado e atenção.

- É bem mais maior do que parece. Para um fazendeiro falido, o Homero tinha bastante dinheiro. Olha só para esse lugar.. Só o terreno deve ter custado uma nota preta. - Comentei também, enquanto observava e procurava por morangos. - Se eu soubesse disso, teria me casado com um fazendeiro, não com um cirurgião. - Brinquei.

Ao aproximar-me de uma cesta grande cheia de maçãs, comecei a recolhe-las e joga-las sobre a minha cestinha de frutas.

- E o que você sabe sobre fazendeiros? - Ouvi Bernard perguntar. - E você não aguentaria um dia de casada com um.. Não serve para ser esposa de fazendeiro. É uma riquinha mimada. Morreria depois de uma semana vivendo numa fazenda. - Bernard demonstrou irritação na voz. Ele colhia algumas frutas aparentemente infeliz com algo.

Deixando o que fazia de lado, virei e olhei em sua direção.

- Eu não estava falando sério. Era só brincadeira.. - Falei, sabendo que havia irritado-o.

Ele abriu um sorriso falso.

- Eu também. - Disse. - Vocês da cidade grande não sabem brincar não?

Eu movi os meus lábios para responder Bernard, mas por fim acabei não o fazendo. Isto porquê eu não sabia exatamente o que dizer, e por ter sentido uma tensão estranha entre nós. Por teme-lo perceber a minha hesitação eu curvei a minha cabeça e deixei um sorrisinho sem vida escapar como resposta.

Bernard não deu mais uma palavra se quer. E comigo não foi muito diferente. Instantes depois eu me virei e continuei a colher as frutas pedidas pelo Carl.

A minha cesta encontrava-se um pouco pesada quando eu decidi que o tanto que eu havia pegado seria o suficiente, e foi nos segundos seguintes que ouvi o Bernard começar a rir sozinho.

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