EU NÃO CONHEÇO VOCÊ. EU NÃO CONFIO EM VOCÊ.

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CHARLES SOMERS:

- Aghh! Mas que fome insuportável! - De onde eu estava pude ouvir o Ryan do lado de fora do trailer resmungar alto. Com um pacote de batatas fritas na mão ele bufou alto e tombou a sua cabeça para trás passando a ficar naquela posição, sentado sobre uma cadeira de praia e com os seus pés para o alto.

Eu observei toda a sua cena contra a  janela do trailer e bufei por pensar o quanto ele é desocupado e encostado.

- Ryan, você está comendo um pacote médio de batatas fritas e acabou de devorar dois sanduíches e meio de pasta de amendoim com geleia. - Falei a ele deixando bastante clara a minha indignação.

- E como sempre o Chaz Somers mão fechada querendo controlar a minha alimentação. - Respondeu-me imediatamente, sem ao menos dirigir a sua atenção em mim. - E se você quer saber, aqueles sanduíches sem graça de lancheirinha de criança da Caitlin não encheram nem a tampa do meu estômago. Agora fica quietinho, você já me irritou e eu fico muito ranzinza quando estou com fome. - Concluiu com o que falava enfiando a sua mão dentro do pacote tamanho médio de batatas fritas e tirando de lá uma quantidade generosa e as enfiando dentro da boca de uma vez só.

Sem ter mais o que dizer ao Ryan ou ter a paciência necessária para que eu pudesse continuar a lidar com ele, fiz negação com a minha cabeça, novamente indignado com toda a sua paz de espírito e com a sua falta de seriedade com a nossa atual situação.

Eu abandonei em seguida sobre a mesinha frente a mim o jornal antigo que lia — de meados de março de 2016 — resolvendo então descer do trailer.

Menos de três passos meus foram dados para fora do trailer quando eu fui surpreendido por uma flecha que veio a toda velocidade na minha direção acertando violentamente uma das janelas do trailer logo atrás de mim.

Imediatamente eu olhei naquela direção de onde teria vindo a tal flecha — que por pouco não me acertou no rosto — furioso para saber quem a teria disparado, pronto para disparar uma série ofensiva de xingamentos.

Não passou muito tempo e então eu me dei de cara com a Caitlin, ela que com uma enorme expressão de infelicidade se afastou de alguns arbustos e de algumas árvores que rodeavam aquela parte da colina.

- Droga! Eu errei de novo! Porcaria de bésta idiota.. Grr! - Resmungou irritada assim que percebeu ter perdido o animal que cassava, e consequente ter perdido mais uma das suas flechas. - Eu não sirvo para essa droga, eu desisto! - Próxima o suficiente do Ryan e da nossa fogueira improvisada, Caitlin atirou sobre um canto a sua bolsa de costas junto a bésta que o Justin costumava usar para cassar.

E foi entre toda a minha vontade de xingar, por ter quase perdido um olho, e todos os meus questionamentos referentes a ela estar de pé e ainda por cima estar se locomovendo para lá e para cá, quando deveria estar de repouso e cuidando da sua saúde, resolvi me aproximar e tentar dizer a ela palavras reconfortantes.

- Eu pensei que o Justin tinha te ensinado a manusear a bésta, o que foi quê aconteceu? - Aproximando-me, me sentei sobre uma das cadeiras de praia livres bem próximo ao Ryan.

Eu também roubei o seu pacote de batatas fritas já no final e o assisti protestar contra.

- É, e ele ensinou. Sou eu quem não consegue acertar a porcaria do tempo. - Deu ênfase no xingamento indo na direção da sua bolsa de costas em busca do seu cantil com água. E quando finalmente o encontrou, colocou-se a beber todo o conteúdo com voracidade. - Eu não sei o que acontece, a flecha escapa numa inacreditável, e quando eu percebo já é tarde. Eu nunca consigo pegar nada! E para piorar eu já perdi umas cinco flechas.. O Justin vai me matar quando souber. - Finalizou com um olhar decepcionado.

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