CAMILA UNDERWOOD:
[...] Eu estava ciente de que algo como aquilo iria acontecer. Estava previsto e era tão óbvio quanto a transformação dolorosa após a mordida zumbi. Mas ainda assim eu não pude deixar de ficar surpresa ou em partes temerosa quando percebi estar sendo encurralada por todos aqueles zumbis.
- Droga..! - De olhos bastante atentos ao meu redor, e em especial nos cadáveres famintos cada vez mais próximos de mim, com o meu detector natural de perigo a flor da pele, eu procurava de maneira alarmara por uma saída.
Naquele instante eu me encontrava em meio a uma das maiores vias daquele vilarejo, a poucos quilômetros do centro da cidade e exatamente acima dos trilhos do trem — um dos poucos meios de transporte que traziam as pessoas até aqui e também as levavam até as demais cidades dos país. Incluindo também, todas as cargas que eram deixadas ou levadas daqui todos os dias.
Já não era novidade alguma a infestação completa da cidade, então não fora difícil de se imaginar que escapatória alguma seria encontrada tão facilmente por mim.
O viaduto em questão estava entupido de carros velhos estacionados para todos os cantos, e — obviamente — repleto de mortos-vivos que "feito mágica" surgiam por toda parte e de todo os buracos possíveis que poderiam sair. E o pior de tudo era que eu nem me lembrava mais o quê era que eu estava fazendo ali.
Eu poderia morrer entre aqueles carros, e morreria sem saber se teria valido a pena o esforço ou não.
No instante em que percebi estar sem saídas e que dependeria apenas de mim encontrar alguma, eu apertei mais uma vez contra a minha mão a barra de ferro que eu vinha usando para derrubar os zumbis desde que pisei no vilarejo e decidi que o mais certo a ser feito era continuar com o trajeto e seguir "na linha reta".
Um dos motivos também era que segundo a minha matemática mal feita, havia muito menos zumbis na minha frente do que aqueles atrás de mim — aqueles que poderiam chegar a ser o dobro ou até mais em quantidade.
O primeiro cadáver que conseguiu chegar em mim antes de todos os outros que estava na fila sedentos por um pedaço meu, saiu de trás de um Cadillac antigo na cor vermelha me fazendo escolher entre ele e os outros cinco que estava a uns sete ou oito passos atrás de mim.
O cadáver magricela em decomposição, que algum dia fora uma mulher de trinta anos ou menos, estendeu as suas "garras" para mim e soltou aqueles típicos rosnados zumbi.
Dois passos meus foram dados, eu segurei com firmeza a barra de ferro, dessa vez com as duas mãos, e o acertei contra a cabeça do cadáver com grande força. "Ela" não caiu de primeira e nem depois da terceira pancada, foi preciso que numa daquelas eu fizesse o cadáver cair sobre o chão para que então eu pudesse deformar a sua cabeça juntamente do seu cérebro com mais três "cacetadas".
Esse era o grande mal das barras de ferro, elas são precisas e fáceis de encontrar, mas dependendo do crânio do zumbi ou o tempo em que ele havia sido transformado, até que você consiga transformar em geleia o seu cérebro pobre, pode ser tarde. São necessário até cinco pancadas contra a caixa craniana do cadáver, isso se você não quiser que ele revide de alguma forma. É necessário muita técnica e força nos braços.
Se eu não quisesse perder tanto tempo com apenas um zumbi, era preciso que eu encontrasse o quanto antes uma outra arma de proteção contra eles, que fosse precisa e fácil de encontrar como as barras de ferro, que fossem também silenciosas e que não custasse mais do que trinta segundos do meu tempo.
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Hurt! Attack Zombie
FanfictionHORROR STORY | Esta é a história de duas almas feridas que lutam para superar os seus infernos pessoais num mundo destruído. Em um dia, Camila era apenas uma enfermeira cuja vida girava em torno de um hospital e de seus fantasmas pessoais. E no ou...