JUIZ, JÚRI, EXECUTOR

255 24 18
                                    

CAMILA UNDERWOOD:


Eu bati por pelo menos quatro vezes contra o madeiro firme da porta de entrada do quarto do Sam antes de adentra-lo e encontra-lo sentando sobre a sua cama cabisbaixo.

- Camila! - Exclamou ao notar a minha presença ali, deixando também para trás toda aquela tristura e preocupação. Eu sabia que encontraria-o naquela situação, chateado e pensativo.

Eu levei o meu dedo indicador em direção aos meus lábios e o pedi por silêncio. A Eliza, sua mãe, foi clara quanto não me querer próxima do Sam, se ela me visse no seu quarto tão tarde da noite poderia "acabar" comigo. As coisas já não andavam tão boas para mim, e tudo o que eu menos queria era mais desavenças.

- Como você está? Eu fiquei preocupado. - Analisou-me com curiosidade no olhar.

Eu me aproximei e me sentei ao seu lado na cama.

- Eu estou bem, Sam. E agradeço pela preocupação. - Esbocei um sorriso contido, mas ainda feliz e agradecido. - Eu estou aqui porquê preciso conversar muito sério com você. - Informei. Na sequência eu deixei duas batidinhas sobre o colchão debaixo de nós, pedindo de maneira sútil que ele se sentasse exatamente ao meu lado.

E ele o fez imediatamente.

- Você está desapontada comigo, não está? Eu segui vocês e agora você está com problemas com a minha mãe e com o Shawn. - Disse ele, ficando mais uma vez cabisbaixo.

O meu coração quase se partiu.

Ele é um menino tão bom.

- Não, não é isso! - O respondi imediatamente. - Sam.. Como eu posso ficar chateada com você por uma coisa que eu mesma o ensinei? Eu não estou com raiva, e muito menos desapontada com você. É muito pelo contrário! Pode ficar tranquilo. - Tentei anima-lo.

Ele pareceu se convencer.

Então eu suspirei.

- Sam, o quê eu vim dizer é que apesar de estar e ter ficado muito orgulhosa de você, eu tenho que admitir que ter feito aquilo foi muito errado. Você poderia ter se machucado, e pior, poderia não ter se quer voltado daquele vilarejo vivo. - Falei. Entre alguns olhares preocupados e cheios de ternura pelo garoto, eu o observava com seriedade. Eu não queria repreendê-lo ou coisa parecida, ainda acreditava que ele deveria aprender a se cuidar, mas ainda precisava fazê-lo entender que apesar de tudo, ele ainda é uma criança e que assim como, ou mais do que qualquer um, precisava tomar cuidado. - Eu preciso e quero que me prometa que nunca mais voltará a fazer o quê fez hoje.

Sam bufou em resposta.

Ela saltou de cima da cama e caminhou até o centro do quarto aparentemente frustrado. Ele se quer quis ouvir as minhas palavras, e aquilo me surpreendeu.

- Mas você disse que estava orgulhosa de mim, disse que eu estava me tornando um homem.. Que se não fosse por mim, se quer teria deixado aquele hotel..! - Me encarou completamente aborrecido.

- E é tudo verdade! - O respondi quase que boquiaberta.

- Mas agora você quer que eu volte a ser aquele garoto estúpido que brinca com giz de cera. - Disse ele de maneira ríspida. Ele se quer queria dar a chance de me explicar. Definitivamente não era aquilo que eu estava tentando dizer. - Eu salvei a droga dos seus amigos hoje, deveriam ter um pouco de gratidão!

Hurt! Attack Zombie Onde histórias criam vida. Descubra agora