GRUPO MORTO

84 6 3
                                    

CAMILA UNDERWOOD:

[...]
Fomos atacados pelos mortos naquela noite.

Não bastava tudo o quê aconteceu. Não bastou eu ter quase sido morta brutalmente pelo Shawn, ou até mesmo sua própria morte. Não bastou termos perdido o Carl, a Caitlyn, e muito menos o colapso que se tornou naquela fazenda. Mas ainda assim, além de tudo, fui obrigada a assistir toda a nossa casa, o único refúgio longe da destruição que o mundo dos mortos-vivos é, ser destruída, ceifada, por uma legião incontável de cadáveres famintos.

O revólver furioso de Lauren encontrava-se na reta certeira do crânio de Justin pronto para líquida-lo quando o ataque brutal dos mortos pegou a todos desprevenidos.

De mãos atadas, a única coisa que pudemos fazer foi fugir para longe, deixando tudo e toda a história com a fazenda para trás.

Foi por um fio. Muitos de nós saiu bastante feridos de lá. E enquanto outros, até mesmo sem vida.

Eliza, mãe do Sam, e sua filha mais velha Gisele.

Com pouco conhecimento ou quase nada de experiência com os zumbis, foi inevitável o ataque. Nada ou ninguém pôde salva-las.

E eu sei que o peso de ter deixado tudo isso acontecer vai cair sobre meus ombros pelo rosto da minha vida. Poderíamos ter morrido todos naquela madrugada, e tudo por culpa minha. Shawn conseguiu desnortear a minha cabeça mas era obrigação minha ter avisado a todos sobre os zumbis no vilarejo.

Cinco quilômetros e meio e alguns metros em diante, foi o máximo que o trailer do Justin aguentou percorrer até o seu motor ferver e então morrer no acostamento da estrada. Ele que até então fora o único veículo disponível e que conseguiu tirar todos a salvo daquela fazenda.

Justin e seus amigos Ryan e Charles Somers que tomaram as rédeas de toda situação. A maioria de nós estava desarmado, acompanhado apenas por facas, elas que não puderam fazer muita coisa contra aquela horda gigantesca de mortos-vivos. Se não fosse por toda ajuda, talvez eu tivesse perdido mais pessoas do meu grupo em meio a multidão.

Sem muitos interesses eu observa os cortes pouco doloridos em minhas mãos que adquiri na luta contra alguns zumbis. Eu o fazia fora todo trailer, sentada sobre o degrau da escada que dava para seu interior. Eu pensava sobre tudo, e sentia muito. Muito mesmo.

O silêncio que se deu morada entre nós era angustiante. Ninguém deu uma miséria palavra se quer desde que adentramos o trailer e saímos corridos daquela fazenda. Ouvia-se apenas os trovões que alertavam sobre a chuvarada que estava por vir, e o chacoalhar incansável das árvores provocados por ventanias. Nada mais.

Com o trailer ainda impossibilitado de sair do lugar, a única opção fora sentar sobre o acostamento da estrada e aguardar. E desta maneira foi feita pelo meu grupo.

Distantes.

Inquietos.

- Eu não entendo. - Pude ouvir Jimmy murmurar. Eu olhei em sua direção com curiosidade. Com a sua cabeça curvada, ele não fazia nada mais além de observar o acostamento da estrada. Ele parecia muito preocupado.

No mesmo instante, eu senti algo gélido forrar o meu estômago e em sequência minhas pernas bambear. Eu senti medo.

Eu precisava contar a eles.

Hurt! Attack Zombie Onde histórias criam vida. Descubra agora