QUEM DERA A CAFEÍNA FOSSE O MOTIVO DAS MINHAS DORES DE CABEÇA

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JUSTIN BIEBER:


Um suspiro longo e pesado escapou dos meus lábios secos e sem vida, após sentir uma brisa gelada bater contra a minha bochecha enfiei as minhas duas mãos dentro dos bolsos de lã do meu sobre-tudo feito à medida e respirei fundo obrigando a mim mesmo a manter a calma.

Murmurei baixinho um "obrigado" falho a balconista da famosa cafetaria do Massachusetts Hospital, ela me lançou um sorriso tímido e murmurou algo inaudível para mim de volta. Eu apenas peguei o copo grande de café puro e sai dali.

Este deve ser o meu quinto copo de café e não são nem nove horas da manhã direito, mas quem se importa? Quem dera a cafeína fosse o meu problema, que fosse ela o motivo das minhas dores de cabeça, mas não.. Infelizmente este não é um mundo perfeito.

O cheiro fresco do café subiu as minha narinas e eu estremeci, eu ouvi uma voz feminina chamar pelo meu nome e bufei, algo dentro de mim me dizia que a cafeína estava longe de ser o meu problema naquele dia e que se eu me virasse perderia a minha última chance de me afogar num copo de café.

E então eu me virei e me deparei com grandes olhos faiscantes cobertos por lentes caras e uma ruiva inexpressiva, esta que estava longe de ser aquela que me traria boas noticias num dia tão nublado quanto aquele.

Era nada mais que Elizabeth Hannah Montgomery, ex-melhor amiga e cúmplice da minha "mãe".

- Você mandou o meu residente mentir para mim depois de ameaça-lo? - Rosnou ela enquanto semi-cerrava os olhos aparentemente furiosa com algo. Eu não sabia se ela estava perguntando ou afirmando, mas de qualquer forma eu não dava a mínima, não iria me meter naquela, não mais, eu acabei com a Patrícia Mallette.

Dei de ombros.

- Seu moleque! - Ela me acertou com uma pasta que segurava e me empurrou apontando em direção ao elevador há alguns metros de nós. Ela me trata como se eu ainda tivesse 17 anos. - Quando eu mandar algum interno imprestável meu te comunicar algo eu acho melhor você não tentar fazê-lo mijar nas calças.. E me dá isso aqui! - Arrancou o copo de café da minha mão após adentramos o elevador. Ela bufou frustrada. - Ela é a sua mãe, Justin..

Neguei irritado. Não acredito que ela quer ter essa mesma conversa logo agora, eu estou tão casado! Eu já acabei com a Patrícia, eu já disse. Ela não cuidou de mim, não esteve aqui quando eu precisei, ela simplesmente sumiu.. Não é a minha mãe. Ela só é mais uma estranha que tive o desprazer de conhecer.

- Não Hannah, ela não é a minha mãe. A minha verdadeira mãe já morreu e você sabe disso. - Contra o espelho do elevador eu observava a Dra: Montgomery infeliz. Eu me sinto péssimo com tudo o quê está acontecendo, e agora com mais essa.. Parece que eu nunca irei ter paz na vida. - Eu estou cansado, Eliza. - Murmurei por fim. Chama-la pelo primeiro nome era a minha maneira de dizer que eu estava desesperado.

Hannah trocou um último olhar triste comigo e apertou um botão vermelho qualquer fazendo com que o elevador parasse no lugar, aquilo significava que não sairiamos dali tão cedo.

Ontem de madrugada após Emily ter ido às pressas para a sala de cirurgia eu recebi uma ligação de um paramédico que teria naquela mesma noite salvo a minha "mãe" de uma overdose, ele trouxe ela para o hospital e juntamente de outros médicos e enfermeiros conseguiram estabilizar o quadro dela, e é por isto que ainda estou aqui no hospital ao invés de estar em qualquer outra parte do mundo fugindo de praticamente todos e em especial fugindo da minha patética e super dramática vida.

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