CERTAS COISAS NUNCA IRÃO MUDAR

273 23 22
                                    

CAMILA UNDERWOOD:

Ao despertar após ter recebido tamanha pancada fui recuperando com lentidão os meus sentidos, não muito tempo depois notei que ainda me encontrava na mercearia do Joe e que não havia mais ninguém ali além de mim e dos cadáveres, que do lado de fora do estabelecimento, lutavam para adentrar o local para então chegarem em mim.

- Droga..! - Gemi alto. Poucos instantes antes a minha cabeça foi atingida sem piedade alguma por alfinetadas dolorosas, elas que me fizeram relembrar em seguida da pancada que eu havia recebido de uma tal de Theodora. A vagabunda me acertou para matar. - A minha cabeça.. Como dói..! Grrr! - Ajoelhei-me com grande dificuldades sobre o chão ainda gemendo de dor. Uma das minhas mãos correram em direção às minhas têmporas onde eu massageie de olhos fechados enquanto me segurava para não desabar de volta sobre o chão.

Um pouco atônita me agarrei sobre o balcão de atendimento logo acima de mim e o usei como suporte para que me ajudasse a ficar de pé. E ao ter finalmente conseguido recuperar o meu auto controle e toda a minha percepção, respirei bastante fundo e então comecei a analisar a minha volta completamente furiosa.

Eu mal podia acreditar no que havia acontecido.

Jimmy não brincou quando havia dito que esse tal grupo de ladrões dominavam as ruas desse lado da cidade e que estão por toda a parte de olhos bem abertos. Eles pegaram Justin e eu completamente desprevenidos e ganharam vantagens com isso. E era claro de se imaginar que talvez eles estivessem vigiando e seguindo a gente, eu fui muito estúpida de não pensar nisso, foquei tanto no plano de ataque que esqueci que os inimigos estavam à espreita. Eu apenas queria não ter entendido a gravidade da situação tão tarde, de um jeito ruim.

- O quê que eu vou fazer? - Murmurei para mim mesma ao me questionar. Eu cobri o meu rosto com as minhas duas mãos e quis gritar, mas gritar mesmo, bem alto e de maneira feroz, que chegasse a até mesmo a ferir as minhas cordas vocais. Tudo o que eu precisava era de extravasar, transbordar e deixar claro ao mundo toda a minha exaustão. Eu simplesmente não estava aguentando mais..

Sempre que eu concerto alguma coisa, eu mesma destruo outra. É como um ciclo sem fim. É uma droga.

Justin e eu estávamos tão perto, tão próximos de dar a volta por cima. E então vieram aqueles malditos e destruíram todas as nossas chances, fazendo com que voltássemos a estaca zero mais uma vez.

E agora eu simplesmente não consigo parar de me culpar por isso.

- Pensa Camila, pensa! - Rosnei para mim, ainda de olhos fechados e bem pressionados. - Ele precisa de você agora, Justin precisa de você!.. Vamos, acabe logo com toda essa merda! - Prossegui, com aquilo que deveria ser um incentivo para que eu tomasse logo algumas atitudes e tomasse coragem. Justin foi levado por aqueles ladrões e sabe-se lá o que poderão fazer com ele, eu precisava agir, e agir depressa. Não poderia permitir que o machucassem.

Eu não me perdoaria se o pior acontecesse.

Pouco antes de partir levando Justin consigo, a líder do grupo ofereceu um acordo, este que consiste em que eu consiga coisas boas para ela, trazendo-as num período de vinte quatro horas — assim como fizera com o Jimmy.

Ela prometeu que não machucaria o Justin e o libertária são e salvo caso eu cumprisse com o trato. Justin e eu também não poderíamos voltar a pisar na cidade ou levar daqui qualquer coisa que seja. E mesmo que seja um acordo absurdo e completamente injusto, visto que nada aqui é de ninguém, eu o aceitei pelo Justin, aceitei porque apesar de tudo ainda me importo e gosto muito dele e sei que assim como eu ele também faria de tudo para livrar a minha cara.

Hurt! Attack Zombie Onde histórias criam vida. Descubra agora