Capítulo 12

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Teresa

     Eu tinha vontade de gritar de nervoso. Quando cheguei na casa do Marcelo ainda não acreditava que tinha finalmente reencontrado o Gustavo e que a gente tinha conversado. No fundo, eu tinha medo de chegar e ver que ele já tinha seguido sua vida em frente. Agora vinha a segunda parte que estava me fazendo querer roer as unhas: era hora de encontrar Dulce Maria. Passei o dia preocupada com o estado de saúde dela, mesmo Gustavo me dizendo que estava tudo bem. Mas depois da segunda ligação dele, estava preocupada em como ela iria reagir quando me encontrasse.

     Agora não tinha mais volta. Gustavo tinha mandado uma mensagem avisando que Estefânia tinha ido embora e que eu já podia ir ao hospital e agora estava aqui, na porta do quarto da minha filha, podendo ouvir a voz do pai dela. Meu coração batia covarde no peito. Respirei fundo e bati na porta. O silêncio lá dentro foi instantâneo.

– Entre. – Ouvi o Gustavo dizer. Era agora. Abri a porta devagar e a minha primeira visão foi da minha filha deitada na cama olhando em minha direção com grandes olhos. Ela era tão bonita, a pessoa mais preciosa e importante da minha vida.

– Mamãezinha. – Sua voz saiu chorosa. Olhei em direção ao Gustavo e ele se levantou me dando espaço para chegar perto da Dulce. Me apressei e reuni a minha filha nos braços e chorei. Ela me abraçava forte e eu devolvia com a mesma intensidade. Procurei o Gustavo com os olhos e vi que ele nos observava com um sorriso no rosto e seus olhos estavam emocionados. Estendi a mão para ele e ele veio em nossa direção nos abraçando.

– Eu só posso estar sonhando. – Ele disse baixinho, com medo de estourar a nossa bolha.

– Mãezinha, por que você foi embora? – Dulce perguntou inocente e eu olhei para ela.

– Eu nunca fui embora, meu amor. – Acariciei seu rosto limpando suas lágrimas.

– Então onde você estava? Por que todo mundo disse que você tinha morrido? – Ela perguntou ainda tentando entender.

– A mamãe estava em outra cidade, doente. – Não quis dizer que tinha perdido a memória, seria demais para a cabecinha confusa dela.

– E por que você teve que ir pra outra cidade? Se estava doente, o papi e eu íamos cuidar de você. – Sorri para ela.

– Ninguém sabia que a mamãe estava doente, meu amor. Eu passei muito tempo dormindo e depois tive que fazer um monte de coisa para me recuperar e voltar pra você e pro papai. – Alisei seu cabelo. O meu bebê já era uma mocinha.

– Mas... – Ela questionou e sabia que devia ter milhares de dúvidas na sua cabeça.

– Dulce, eu sei que você quer fazer um monte de pergunta a mamãe, mas agora você precisa descansar. – Gustavo disse e vi a Dulce fazer biquinho, mas assentir. Dava pra notar que ela estava ficando cansada.

– Pensei que você tinha me deixado, mamãe. – Ela disse baixinho.

– Nunca, meu amor. Você sempre esteve comigo, sabe como? – Ela negou com a cabeça. – Além de estar no meu coração, você estava aqui comigo. – Mostrei a corrente que usava no pescoço e a vi abrir a boca.

– Mamãe! Eu tenho uma igualzinha! – Ela disse colocando a mão no pescoço procurando a sua. – Onde ela está, papai? – Ela perguntou procurando pela cama.

– Está guardada, filha. Quando você sair daqui te entrego de novo, tudo bem? – Gustavo disse ao pé da cama.

– Não se preocupe, meu amor, você vai ter todo o tempo do mundo para me mostrar. – Dei um beijo na cabeça dela e ela bocejou. – Que tal agora você dormir um pouco, ham? – Ajeitei-a na cama.

A volta de TeresaOnde histórias criam vida. Descubra agora