Capítulo 83

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– Não! Você que me deixou ir com ele. Eu jamais te abandonaria porque eu te amo e sempre vou amar. – Aquela declaração pegou Adolfo desprevenido e ele olhou para sua filha por um momento emocionado.

Teresa se aproximou dele devagar e, quando viu que ele não iria recuar, se atreveu a abraçá-lo. Adolfo permaneceu imóvel por uma fração de segundo até que colocou os braços ao redor da filha cheirando o cabelo dela que ficava bem abaixo do seu queixo. Teresa se desmanchou em emoção agarrada ao pai que também deixava algumas lágrimas caírem enquanto apertava a filha em seus braços.

– Eu senti tanto a sua falta. – Ele disse baixinho para ela.

– Eu também, papá, eu também. – Teresa disse sentindo como se fosse de novo aquela garotinha que corria pro pai quando sentia medo de algo e ele a protegia.

Da Teresa é uma santa mesmo viu? Num é que ela conseguiu domar a fera, aí gente? O lugar dela tá reservado no céu. – Franciele disse da cozinha ainda vendo pai e filha abraçados.

– Você está vendo que eles estão se acertando, agora sai dai. Volta pro seu serviço. – Silvestre deu a ordem puxando Franciele pelo braço e ela foi resmungando fazer o que tinha que ser feito.

– Tudo o que eu mais queria, era que você fizesse parte da nossa família. – Teresa disse quando ela e Adolfo se separaram do abraço. – A Dulce Maria te ama tanto, sem nem ao menos te conhecer. O sonho dela é te ter por perto. – Eles se sentaram novamente.

– Eu não sei se vou conseguir me abrir. – Ele disse baixo envergonhado.

– Tente. Eu só te peço isso, faça por mim. O Gabriel sempre me disse que se uma pessoa mostra um pouquinho de arrependimento, merece uma segunda chance. – Teresa segurou a mão do pai sorrindo, passando confiança nele.

– Eu vou falar com o Gustavo. – Adolfo respondeu decidido e fez o sorriso de Teresa aumentar contagiando a ele. Eles se abraçaram novamente. – Agora, me conta de você. – Ele se ajeitou no sofá e Teresa contou algumas coisas que aconteceram sobre o seu acidente.

– E então, eu passei quase um ano sem memória, vivendo nessa cidadezinha com o nome de Helena. – Teresa disse a ele.

– Isso é inacreditável. E você não teve nenhuma sequela? – Adolfo perguntou e ela negou.

– Além da perda de memória, não. Os médicos disseram que foi um milagre eu ter sobrevivido ao acidente e não ter tido nenhuma consequência. Só umas dores de cabeça que eu sinto que são mais fortes que o normal, por causa da pancada, mas se eu não sofrer nenhum estresse, posso viver minha vida normal. – Ela disse a ele se levantando do sofá. – Foi um milagre, papá, e desde então, eu sonhava em voltar pra minha família. – Teresa olhou pro seu quadro pintado na parede pelo Silvestre.

– E quando você reencontrou o Gustavo? – Adolfo perguntou ainda sentado.

– Quando eu soube quem eu era e quem era a minha família, eu vim imediatamente para Doce Horizonte procurá-los. Você sabe que não é difícil descobrir quem é a família Lários aqui. – Teresa olhou para Adolfo que acenou. – Então, fui até a Rey Café e busquei o Gustavo. Ele quase caiu para trás quando me viu, mas assim como estou fazendo com você, eu contei tudo para ele. Foi difícil no começo, mas nosso amor é forte e supera qualquer obstáculo. – Ela sorriu com ternura.

– É uma história e tanto, minha filha. – Adolfo suspirou levantando do sofá.

– Sim. E tantas outras que já tiveram desde que voltei, que acho que por agora, não são tão importantes. Eu prometo que com o tempo, o senhor vai descobrindo aos poucos. – Teresa sorriu para ele que se aproximou novamente abraçando-a.

A volta de TeresaOnde histórias criam vida. Descubra agora