– Aqui está o leite que o senhor pediu, senhor Gustavo. – Silvestre apareceu com um copo de leite e logo saiu ao ver os três no quarto, discreto como sempre.
– É amor, além do mais, tem o Silvestre e a Fran. Pode ir. – Teresa pegou o copo de leite e sorriu para Gustavo que se deu por vencido.
– Tudo bem, mas promete que vai me ligar por qualquer coisa? Eu vou deixar a Silvana de sobreaviso pra me passar qualquer ligação sua ou de casa. – Ele segurou a mão dela.
– Pode ir, eu prometo. – Teresa sorriu assegurando-o de que tudo ia estar bem.
Gustavo beijou a testa de Teresa e ela o puxou para um beijo. Adolfo abaixou a cabeça para não ver a cena. Gustavo levantou da cama e olhou pra Adolfo na dúvida se era uma boa ideia deixá-lo com Teresa sozinho, mas ainda assim, deu um voto de confiança nele e saiu do quarto indo pro trabalho.
– Como você está? – Adolfo perguntou ainda em pé, perto da porta.
– Um pouco enjoada, mas bem. Gracias. – Teresa respondeu um pouco incerta.
– Como foi no hospital? Silvestre disse que você tinha uma consulta. – Ele perguntou se aproximando da cama aos poucos. – Por que não me disse que estava grávida? – Ele parou de frente a ela.
– Por que eu só soube no sábado. – Teresa deu de ombros. – E a consulta foi bem, a doutora falou que está tudo bem com o bebê. – Ela sorriu com ternura. – Só preciso de um pouco mais de repouso e pronto. – Adolfo contemplou o sorriso da filha.
– Você disse que soube no sábado. Nós nos encontramos no sábado. – Ele disse pensativo.
– Sim, mas eu soube depois que sai do hotel. Acabei passando mal e fui para o hospital. – Ela disse firme a ele que ficou em silêncio.
– Quando sua mãe estava grávida de você, ela não tinha todos esses sintomas, enjoos, mal estar. Na verdade, nem parecia que ela estava grávida. Ela dizia que você dava mais vida a ela. – Ele deu um ínfimo sorriso com a lembrança.
– Esse bebê também. Você não faz ideia do quão forte eu estou sendo por esse bebê, mas eu preciso que todos me ajudem, papá. Eu não posso ficar preocupada com você e o Gustavo se estranhando aqui. – Teresa disse séria a ele que voltou a ficar sério novamente.
– Não se preocupe, eu não vou ficar aqui por muito tempo atrapalhando a felicidade da sua família. – Adolfo respondeu rude e caminhou para sair do quarto.
– Papá! – Teresa o chamou, mas ele não deu ouvidos. Ela bateu na cama chateada e suspirou. Não era assim que ela queria terminar a primeira conversa civilizada com o seu pai.
Depois do pequeno atrito entre os dois, Teresa não viu mais o pai o dia todo. Silvestre e Franciele estavam constantemente aparecendo para saber como ela estava, mas como a dor de cabeça tinha voltado, Teresa decidiu dormir a tarde para que, quando Dulce Maria chegasse, não ficasse preocupada com a mãe.
– Da Peruca, que surpresa! E aí, picurruxa? – Franciele cumprimentou Estefânia que chegou com Dulce Maria no final da tarde.
– Oi, Fran. Como está a mamãe? – Dulce perguntou no segundo depois que colocou o pé em casa.
– Estou indo levar esse lanche gostoso pra ela agora. – Franciele sorriu mostrando a bandeja.
– Eu vou lá ver ela. – Ela respondeu e subiu correndo as escadas.
– Oi, Fran. O Gustavo pediu pra que buscasse essa bonequinha na escola porque a Teresa está indisposta, não é? – Estefânia respondeu.
– Olha, da Peruca, o que a patroa precisa é de repouso, mas com esse encosto hospedado aqui, eu não sei não viu? – Franciele disse balançando a cabeça negativamente.
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A volta de Teresa
FanfictionE se o acidente de asa delta da Teresa não tivesse sido fatal? Se ela tivesse sido dada como morta mas, na verdade, não foi o seu corpo que foi enterrado naquele dia? Por um acaso do destino, Teresa sobreviveu ao acidente que mudou o rumo da sua vid...