Capítulo 41

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Gustavo

Como eu queria entender o que se passava na cabeça de Teresa. Às vezes, ela era a doce Teresa que eu conheci anos atrás e outras vezes ela se tornava uma mulher mais dura. Talvez essa mudança tenha sido por causa do acidente ou talvez pelas mudanças da casa quando ela voltou, mas eu sentia que era como pisar em ovos quando essa nova Teresa aparecia. Nunca imaginei que poderíamos estar passando por um divórcio e sendo tomado por decisão dela, por essa nova Teresa que parecia não se importar com os sentimentos dos outros.

Depois que contamos para Dulce que íamos nos separar, eu quase não vi mais a Teresa. Todas as vezes que ia buscar minha filha em casa, ou ela ficava no quarto ou estava com Estefânia checando os últimos detalhes do casamento dela. Decidimos que iríamos dar a entrada no divórcio após o casamento, quero dizer, ela decidiu, como tudo o que estava acontecendo entre a gente. Isso me irritava ao extremo, mas estava cansado de dar murro em ponta de faca.

Ah, eu não esqueci das nossas novas alianças, estavam guardadas, e eu não iria desistir até o último minuto, até vê-la assinando aquele papel. Eu já sabia o que queria e como queria fazer, mas precisava de ajuda de alguém próximo a ela e que realmente me ajudasse e sabia exatamente quem.

– Você vai me ajudar mesmo, Rosana? – Perguntei pela milionésima vez a ela.

– Vou Guga, eu já te falei. – Ela me disse e eu sempre tenho vontade de rir quando ela me chama de "Guga". Só ela me chamava assim.

– Então, estamos combinados. Um dia depois do casamento da Estefânia. Tem que ser logo pra que não dê tempo dela falar com os nossos advogados e continue com essa ideia de divórcio. – Falei ansioso e ao mesmo tempo nervoso.

– Aí, Guga, você sabe que ela vai querer me matar se isso não der certo, não é? Eu não quero confusão com a Teresa. – Rosana me advertiu.

– Eu sei, Rosana, mas é o único jeito de fazê-la escutar. – Insisti.

– Tudo bem, eu sou muito mole pra Guresa mesmo. Não quero ver os dois separados. Nem eu, nem a torcida do flamengo. – Ela deu risada.

Guresa? – Perguntei fazendo careta.

– É, a junção de Gustavo e Teresa, Guresa, sacou? Foi a Franciele que inventou. – Soltei uma gargalhada alta que há muito tempo não dava e Rosana riu junto.

– Só a Franciele pra inventar uma coisa dessa mesmo... Guresa... Onde já se viu? – Me despedi ainda rindo e saí da casa dela torcendo pra que tudo desse certo.

Finalmente chegou o tão esperado dia do casamento de Estefânia e Victor. Eu estava nervoso porque, mais do que ver os dois casando, eu queria ver as minhas meninas entrando na Igreja. Estava com saudade da Teresa, de vê-la, de estar perto dela. Dulce tagarelava o tempo inteiro sobre a mãe quando estávamos juntos e eu não me importava. Hoje, estaríamos mais uma vez juntos no altar, agora sendo padrinhos de duas pessoas queridas.

– Ansioso? – Perguntei a Victor que arrumava a gravata.

– Nervoso. Não acredito que vou me casar com a minha peruquinha. – Ele disse emocionado.

– Victor, eu espero que você cuide bem dela, ouviu? Porque se não, você vai se ver comigo! – Disse com a expressão séria.

– Pode deixar, Gustavo. Eu vou cuidar dela como o meu maior tesouro. Vamos ser como você e a Teresa que mesmo passando pelo que estão passando, sei que se amam de verdade. Um amor desse não acaba assim. – Ele deu uns tapinhas no meu ombro.

– Ah, meu amigo, nem me fale, eu espero que ela mude de ideia e veja que o que está fazendo não vai mudar o fato de que a gente se ama e vamos continuar nos amando. – Suspirei.

A volta de TeresaOnde histórias criam vida. Descubra agora